O anúncio feito pela Casa Branca nesta segunda (20) de que os viajantes do Brasil, se estiverem vacinados, poderão entrar nos EUA foi celebrado no setor de turismo, mas os solavancos da imunização por aqui ainda geram insegurança.
A abertura é vista como impulso capaz de deslanchar a retomada das viagens internacionais. O problema é que polêmicas como a suspensão da vacina de adolescentes ameaçam esse respiro porque inviabilizariam as viagens de famílias com filhos à Disney, por exemplo.
A notícia também chega em um momento de aperto para o turista brasileiro e câmbio desfavorável às viagens. Para Sylvio Ferraz, diretor-executivo de produtos da CVC, o brasileiro não perdeu o interesse pelos EUA, mas pode cortar custos com estadia e reduzir a duração da viagem.
“O financiamento vai ser crucial. Também estamos contando que as companhias aéreas aumentem a oferta para o preço das passagens não subir”, diz Ferraz.
A Azul, que hoje atua com cinco voos semanais aos EUA, já começou a planejar o aumento da oferta.
A Latam, que também manteve os trajetos para Miami e Nova York, diz estar preparada para elevar a quantidade de voos, assim que o anúncio for oficializado.
A Gol quer retomar com operações para Miami e Orlando, e os voos partirão do hub em Brasília.
Enquanto o mercado de viagens domésticas já alcança quase 75% do cenário pré-pandemia, o internacional ainda patina em torno dos 23%, segundo dados da Abear (associação que reúne empresas de aviação).
Pelas estimativas de Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, os números do mercado aéreo internacional devem subir já em outubro, como consequência da reabertura de alguns países europeus, e darão um novo salto em novembro com a liberação americana.
Executivos do setor afirmam que a sinalização é positiva mas ainda faltam detalhes. O cenário deve ficar mais claro nos próximos dias. Ainda há dúvidas sobre quais vacinas serão aceitas, as datas exatas da liberação e se os menores de idade precisarão estar vacinados.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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