O grupo Direitos Já! publicou nesta segunda-feira (1º) nota em que critica o governo Lula por ter ignorado os 60 anos do golpe de 1964 e na qual diz que o país é profícuo em apagar suas tragédias em nome de suposta pacificação, o que prejudica a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática.
A nota lembra que o golpe instaurou uma ditadura que "perseguiu, torturou, matou, fez desaparecer e forçou ao exílio milhares de brasileiros, trabalhadores, estudantes, cientistas, advogados, jornalistas, parlamentares, civis e militares."
O texto cita as invasões dos prédios do Planalto, Congresso e STF (Supremo Tribunal Federal) por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 8 de janeiro. O grupo diz que o governo Bolsonaro tinha "ideias autocráticas e interesses similares aos do Regime Militar" e era "contrário à democracia e à redução das desigualdades sociais".
"Nestes dias de março, 'aniversário' do malfadado golpe militar, o Governo atual tomou a decisão de não realizar atos de memória e verdade e resiste à ideia de reinstalar a Comissão de Mortos e Desaparecidos na ditadura, extinta no final do governo Bolsonaro", lembra a nota, que questiona sobre o destino do Museu da Memória e dos Direitos Humanos, iniciativa lançada pelo ex-ministro da Justiça Flávio Dino em setembro de 2023.
O grupo diz ter o "dever de repudiar de forma veemente esta ameaça de retrocesso que está em vias de se concretizar".
"O Brasil é profícuo na sua história em apagar suas tragédias em nome de suposta pacificação, que em verdade, não nos deixa avançar na construção de uma sociedade unida e verdadeiramente democrática", indica. "Direitos Já! lembra a todos que o silêncio serve sempre àquele que não pretendem ver os seus atos questionados. O debate precisa ser enfrentado. E aos brasileiros não se pode negar o exercício de seu legítimo e internacionalmente reconhecido direito à Memória e à Verdade. Ditadura nunca Mais."
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