A indicação do coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo Ricardo Mello Araújo para a vice de Ricardo Nunes (MDB) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebida com reticência e ceticismo pelos líderes partidários que compõem a base aliada do prefeito de São Paulo.
Para eles, o nome definitivo aparecerá somente em junho, após negociação com todas as siglas, e até lá o nome de Araújo deverá se tornar inviável por diferentes fatores, avaliam os aliados.
No PL raiz, formado por lideranças históricas e não-bolsonaristas do partido, o coronel é considerado um nome de difícil aceitação do eleitorado devido à sua postura de apoio radical ao ex-presidente e às controvérsias em que se envolveu como comandante da Rota e presidente do Ceagesp. Esse grupo defende o nome da delegada Raquel Gallinati, como revelou o Painel.
Suplente de deputada estadual, ela foi uma alternativa já pensada para também agradar a ala bolsonarista do partido, já que ela faz parte das forças de segurança e é apoiadora do ex-presidente.
Na base bolsonarista do PL, o apoio é a Mello, mas também com ceticismo. O grupo enxerga uma estratégia de Valdemar Costa Neto, presidente do partido, de desgastar Mello Araújo ao expor seu nome amplamente faltando oito meses para a eleição. No jargão político, o coronel estaria sendo "fritado" por meio da exposição pública para abrir espaço para uma alternativa, que poderia ser a própria Raquel Gallinati.
Nunes vai encomendar uma pesquisa com os nomes de Araújo, Gallinati, Tomé Abduch (deputado estadual do Republicanos-SP) e Sonaira Fernandes (secretária estadual de Políticas para a Mulher Republicanos-SP).
No bloco de apoio do emedebista, no entanto, a avaliação é a de que os nomes do Republicanos têm pouca chance de vingar, dado que o PL, como maior partido da aliança, teria prioridade na escolha do vice.
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