Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificaram como desastrosa a entrevista em que Valdemar Costa Neto, presidente do partido, elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e afirmaram que a sigla tem estrutura amadora e se comporta como legenda de vereança.
Na semana passada passou a circular um vídeo editado de uma entrevista do dirigente de dezembro, com trechos em que ele elogia o petista, sem o restante das respostas, em que ele também elogiava Bolsonaro.
Em caráter reservado, os interlocutores mais próximos do ex-presidente ironizam a intenção apresentada por Valdemar na entrevista, concedida em dezembro, de eleger 1.500 prefeitos em 2024.
Segundo eles, a meta não coaduna com o que chamaram de "estrutura de vereança" do PL, em que o presidente da sigla não é instruído para entrevistas ou não segue um planejamento de comunicação.
Nesse ponto, as principais críticas são dirigidas à ausência do marqueteiro Duda Lima, que trabalha para o PL e cuidou da campanha de Bolsonaro em 2022. Lima tem dividido seu tempo entre a comunicação de Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, e o partido.
Como mostrou a Folha, Bolsonaro citou a possibilidade de "implosão do partido" por "declarações absurdas", sem mencionar o nome de Valdemar.
Em um dos momentos explorados no vídeo, Valdemar disse que o petista é diferente de Bolsonaro porque tem prestígio, embora não tenha "o carisma que Bolsonaro tem". "O Lula tem prestígio. Popularidade. Ele é conhecido por todos os brasileiros. O Bolsonaro não. O Bolsonaro teve um mandato só."
No trecho que ficou de fora da edição, ele completava, dizendo que Bolsonaro tem prestígio há muito tempo também e relembra um episódio quando era colega de Câmara dos Deputados do ex-presidente e levou um elogio de seu pai, então prefeito de Mogi das Cruzes, para ele, num bilhetinho.
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