Com um de seus ministros no olho do furacão por causa do apagão registrado em parte do país nesta semana, o PSD vem sinalizando nos bastidores que se sente desprestigiado pelo governo, em especial quando ocorrem negociações para contemplar PP e Republicanos
Além disso, líderes da legenda dizem haver dificuldade para cumprir acordos feitos com o governo.
O principal foco de insatisfação é a demora relacionada à Funasa (Fundação Nacional de Saúde). Antes do início do governo Lula, o PSD havia manifestado interesse em comandar o órgão e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), até então subordinada ao Ministério da Agricultura, que ficou com o senador Carlos Fávaro, do PSD.
No entanto, na medida provisória de reestruturação da Esplanada o partido teve duas surpresas ruins: a Conab foi deslocada ao MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), e o governo propôs a extinção da Funasa.
No primeiro caso, a mudança foi mantida, e o comando da companhia ficou com o petista Edegar Pretto. Já no segundo o Congresso conseguiu manter a Funasa funcionando.
Desde então, o PSD tem cobrado o comando do órgão. Em documento datado da última quarta-feira (9), os líderes do PSD na Câmara, Antonio Brito, e no Senado, Otto Alencar, formalizaram ao ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) a indicação à Funasa do presidente do partido no Ceará, Domingos Filho.
A oficialização do pleito ocorre em meio a uma movimentação do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e da senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) de tentarem emplacar a mãe de ambos, Virgínia Velloso.
Segundo parlamentares do PSD ouvidos sob reserva, caso isso aconteça o clima vai ficar muito ruim com o governo. O partido veria como desprestígio a indicação de dois parlamentares superar a sugestão de uma bancada que, afirmam, deu votos e sustentação ao governo desde o início.
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