Ala do União Brasil encabeçada pelo presidente da sigla, Luciano Bivar, iniciou movimento para tentar barrar a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da reforma tributária como uma maneira de retaliar o governo Lula (PT) pelas dificuldades na substituição de Daniela Carneiro por Celso Sabino, deputado do partido, no comando do Ministério do Turismo.
Nesta quinta-feira (6), Daniela reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela já colocou o cargo à disposição, mas, segundo anunciou Paulo Pimenta, ministro das Comunicações, ela ficará ao menos até a próxima semana, quando o Congresso concluir as votações econômicas.
Além da demora na substituição, o União Brasil quer garantias de que terá controle sobre a nomeação de cargos da pasta.
O partido divulgou uma nota assinada por 38 deputados em que diz que, "considerando a importância para o país, bem como a complexidade do tema em pauta (Reforma Tributária), a maioria da bancada do União Brasil entende que não há condições de se votar o referido projeto antes de profunda análise junto aos parlamentares e à sociedade brasileira."
O texto também diz que a bancada defende que a votação ocorra no segundo semestre, "propiciando o tempo necessário para melhor estudar e discutir esse tema relevante e complexo".
Deputados do União Brasil dizem que havia um acordo para que o nome de Sabino fosse oficializado em um evento do Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira (7). No entanto, o deputado federal ficou irritado com a manifestação de Pimenta e começou a articular com Bivar a lista de supostos descontentes do partido.
Para conseguir o apoio de alguns parlamentares, integrantes da ala diziam que o movimento contra a reforma era do partido, e não de um grupo menor dentro do União Brasil. Outros deputados afirmavam não terem sido consultados e que seus nomes foram incluídos na nota sem que soubessem.
A situação irritou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que expressou insatisfação especificamente com Sabino.
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