Painel

Editado por Guilherme Seto (interino), espaço traz notícias e bastidores da política. Com Catarina Scortecci e Danielle Brant

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel

Juízas não denunciam quando sofrem assédio por medo de se expor

Pesquisa mostra que magistradas denunciariam em situações hipotéticas, mas não quando são vítimas de fato

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

Uma pesquisa conduzida com 1.451 juízas brasileiras revela que nem mesmo elas escapam do receio de se expor quando sofrem assédio. A maioria afirma não ter buscado ajuda ou apenas pedido remoção para outra unidade.

O levantamento foi coordenado pelo corregedor nacional de Justiça do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Luís Felipe Salomão, e realizada pelo CPJ (Centro de Pesquisas Judiciais) da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros). Será divulgada por ocasião do Dia Internacional da Mulher, nesta quarta (8).

Um questionário com 103 perguntas foi enviado para 6.853 juízas, que puderam responder entre 22 de junho e 1º de agosto de 2022.

Juízas preferem não denunciar quando sofrem assédio, moral ou sexual, para não se expor (FOTO Alan Marques/ Folhapress) - Folhapress

Do total das respondentes, 16% afirmaram ter sofrido assédio moral praticado por um homem; 7,9% por homem e mulher; 3,4% praticado por mulher e 3,4% preferiram não responder. Já 68% afirmaram não ter sofrido assédio moral.

Das que sofreram, 69,9% responderam ter silenciado para não se expor e 3,6% silenciaram e buscaram remoção para outra unidade. O restante buscou providências como registrar ocorrência, noticiar à ouvidoria do tribunal ou o CNJ.

A situação se repete com o assédio sexual: 88,9% não sofreram, 9,6% sofreram praticado por um homem e 1,5% preferiu não responder. Das que sofreram, 84,2% silenciaram para não se expor e 3,6% silenciaram e buscaram remoção; o restante buscou providências.

Quando a situação é levada para o campo hipotético, no entanto, as juízas afirmam que procurariam, sim, ajuda: 47% afirmam que denunciariam; 29% reportariam à comissão de prevenção ao abuso e ao assédio dos tribunais; e 16% registrariam ocorrência na delegacia.

"As mulheres juízas estão numa posição de poder em razão da própria função delas. O fato de ter que procurar o tribunal ou a delegacia causa exposição e pode gerar algum tipo de fragilidade que poderia prejudicá-las no trabalho. É como se expor uma vulnerabilidade tirasse a autoridade delas", analisa a juíza Caroline Tauk, secretária-adjunta do CPJ da AMB.

A pesquisa tem nível de confiança de 99% e margem de erro de 5% para mais ou para menos. Será divulgada nesta quarta-feira (8) pela AMB.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.