Integrantes da CPI da Covid temem que a abertura de inquérito determinada pelo STF para investigar se Jair Bolsonaro prevaricou ao supostamente ter ignorado indícios de irregularidade no contrato da Covaxin possa se voltar contra a comissão.
Motivo: eles acreditam que a PGR pediu abertura forçada pelo Supremo e já deu indicativos de não ver crime no caso.
A avaliação é que um pedido de arquivamento da apuração por parte da Procuradoria pode enfraquecer a tese levantada pela CPI.
A preocupação com essa hipótese foi expressada pelo próprio presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) a pessoas próximas. Mesmo que a PGR peça para arquivar o inquérito, a comissão poderá solicitar o indiciamento de Bolsonaro pelo crime no relatório final, mas seu impacto tende a ser menor. A CPI deve funcionar até outubro.
A PGR abriu a apuração após ser pressionada por Rosa Weber. Antes, a Procuradoria disse que esperaria a CPI, posição rejeitada pela ministra.
A queixa-crime foi enviada ao STF por três senadores. Parlamentares ressaltam que a ação não partiu da CPI, embora assinada por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente do colegiado.
Apesar de seguir na linha de que Bolsonaro prevaricou, membros da cúpula da CPI pregam cautela para não minarem a própria comissão. A acusação contra o presidente surgiu de relatos de Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luís Ricardo Miranda, de que o mandatário foi avisado sobre suspeitas na compra da Covaxin e não mandou apurar o caso.
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