Já segunda-feira no país, a manchete do principal jornal turco, Hürriyet, foi para a declaração do presidente Tayyip Erdogan atacando a “operação” dos Estados Unidos que “visa forçar a Turquia a se entregar em todos os campos, das finanças à política”.
As sanções são um ato de “guerra econômica” que tenta “deixar a nação turca de joelhos”, porém: “Nós vimos sua jogada e os desafiamos”. Ao mesmo Hürriyet, por outro lado, seu ministro das finanças prometeu ações para acalmar os mercados financeiros.
A reação “desafiadora” de Erdogan ecoou pelas manchetes do Financial Times e do Wall Street Journal. O primeiro ressaltou a ameaça turca de buscar “novos amigos e aliados”, mas acrescentou em análise, com especialistas, que “China, Qatar e Rússia não têm poder de fogo financeiro ou vontade para resgatar Ankara”. O WSJ destacou que o ataque à Turquia é parte de movimento maior de “luta comercial” dos EUA, que já mira Índia, Indonésia, Tailândia e outros “mais pobres”.
Erdogan ecoou também no financeiro russo RBC, em meio à cobertura que vê as novas sanções americanas à Rússia como o início de “uma guerra comercial aberta”, na expressão do primeiro-ministro Dmitri Medvedev.
O principal jornal do país, Kommersant, abriu manchete no domingo para análise com especialistas falando do significado das novas sanções. Destacou o editor do Russia in Global Affairs, Fyodor Lukyanov, que vê as novas sanções como parte da disputa eleitoral nos EUA --que só termina em novembro.
Ele avisa que a capacidade de resposta russa “é limitada”, dado o “lugar central ocupado pelos Estados Unidos no sistema econômico internacional”.
NO MAR CÁSPIO
Do FT à agência Xinhua, outro destaque do domingo, além das novas batalhas comerciais americanas, foi o acordo da Rússia com os demais países do Mar Cáspio, Irã inclusive. No dizer do jornal inglês, ele “confirma a supremacia militar russa sobre o maior lago do mundo”.
ALEMANHA & IRÃ?
Em entrevista ao tabloide alemão Bild, o ministro da economia do país, Peter Altmaier, questionou as novas sanções comerciais dos EUA à Turquia e também ao Irã. Sobre este último, acrescentou: “Nós não vamos permitir que Washington dite as nossas relações comerciais com outros países”.
A VISITA DO GENERAL
No voo para Brasília, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, afirmou sobre a viagem, segundo tuíte com foto [acima] da enviada do Miami Herald, Carol Rosenberg: "Estou indo lá embaixo para ouvir muito".
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