Foi editora do Painel.
Para n�o agir com est�mago, Cunha erra ao radicalizar
O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em uma tacada s�, decidiu partir para cima do juiz Sergio Moro, do governo federal, do procurador-geral da Rep�blica e da Pol�cia Federal. T�tica arriscada para quem � alvo de apura��o.
Se a estrat�gia era desviar o foco do seu pr�prio desgaste, Cunha pode ter exagerado na dose.
Ele � acusado pelo doleiro Alberto Youssef de usar emiss�rios e a CPI da Petrobras para constranger testemunhas, incluindo filhos e ex-mulher.
Caso a alega��o seja comprovada, o Minist�rio P�blico pode entender ter havido tentativa de obstruir a investiga��o e, diante disso, complicar a vida de Cunha junto ao Supremo Tribunal Federal.
O presidente da C�mara disse � coluna que investigar se familiares se beneficiaram de eventuais repasses de um investigado para ocultar dinheiro � dever, sim, da CPI, n�o coa��o.
Na pol�tica, Cunha amea�a convocar ministros de Dilma, contestar ju�zes e procuradores. Mostra inequ�voca for�a sustentada pelo cargo que ocupa. Mas ela n�o � infinita.
Como presidente da C�mara, controla as CPIs, comiss�es tem�ticas da Casa e decis�es sobre todas as vota��es em curso.
Pode muito. Entretanto, n�o pode tudo.
Se errar na m�o, corre o risco de perder parte do ex�rcito de mais de 150 deputados que o acompanha at� agora com alto grau de fidelidade.
Na coletiva de 50 minutos que concedeu a jornalistas na manh� desta sexta-feira (17), o deputado perdeu sua habitual frieza. Literalmente espumava diante da imprensa.
Enquanto esbravejava contra o Pal�cio do Planalto, chamando seus residentes de "aloprados", a c�pula do governo se calava de forma surpreendente.
Nem mesmo a acusa��o de instrumentalizar as investiga��es com o suposto intuito de persegui-lo foi respondida por Dilma Rousseff ou por seus funcion�rios.
Coube ao vice Michel Temer divulgar uma nota para esclarecer que o rompimento com o PT era uma decis�o pessoal do correligion�rio, n�o partid�ria.
Todo mundo sabe que Cunha j� n�o era aliado h� muito tempo. Hoje apenas declarou sua posi��o real.
Resta saber por quanto tempo o principal personagem pol�tico do Congresso hoje conseguir� seguir lutando contra tantos inimigos ao mesmo tempo.
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