Foi editora do Painel.
Sess�o de descarrego
Ningu�m dir� isso publicamente agora, em pleno voo de segundo turno. Mas, nos bastidores, petistas admitem que, depois de 26 de outubro, precisar�o resgatar o velho PT.
O debate ainda n�o chegou � superf�cie, mas dirigentes (e militantes) est�o pelas tampas com o partido.
O aborrecimento n�o � somente com aqueles que se renderam �s m�s pr�ticas. A cara est� amarrada tamb�m com quem n�o impediu que o antipetismo chegasse �s camadas mais pobres do eleitorado.
A imagem da legenda ficou turva em S�o Paulo. Nem no ABC, ber�o hist�rico do Lulismo, houve desempenho satisfat�rio. Dilma Rousseff ficou atr�s de A�cio Neves em cidades como S�o Bernardo do Campo, onde mora e se forjou o ex-presidente da Rep�blica Lula.
S�o Paulo virou um "case" a ser estudado. O problema � que n�o h� tempo para isso. Melhor definir a ofensiva para vencer o segundo turno agora e deixar o "case" para depois. Em SP, pesquisas internas mostram raz�es objetivas para o desempenho sofr�vel da sigla: situa��o da economia, corrup��o e a impopularidade do prefeito Fernando Haddad.
No comit� de Dilma, a surpresa foi grande com o placar do primeiro turno. Tanto que, desde domingo, presidente e a equipe est�o literalmente enfurnados no Pal�cio da Alvorada tentando decidir o que fazer, onde atacar.
Em 2006, quando o tucano Geraldo Alckmin chegou ao segundo turno com uma pequena diferen�a para Lula (assim como ocorreu agora entre A�cio e Dilma), o ent�o candidato � reelei��o reuniu uma verdadeira tropa de apoiadores menos de 24 horas depois da divulga��o do resultado do primeiro turno. Em seguida, ap�s uma foto simb�lica, todos foram para as ruas atr�s de votos.
A campanha de Dilma tamb�m quebra cabe�a para entender como uma mandat�ria que procurou se mostrar intolerante ao malfeito foi t�o castigada com a agenda �tica no maior col�gio eleitoral do pa�s. Talvez a resposta esteja no funcionamento de sua pr�pria administra��o. Alguns aliados descartados na faxina de 2011 voltaram, por exemplo, aos gabinetes da Esplanada em nome da governabilidade.
Mas ningu�m pode alegar que os desafios do PT s� se tornaram conhecidos agora. � bom lembrar que o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) foi malhado meses atr�s pelos companheiros quando afirmou, nesta Folha, que a imagem de partido corrupto estava chegando ao andar de baixo da sociedade.
Este ser� o debate p�s-elei��o. Se Dilma vencer, o processo de depura��o e resgate do PT profundo ser� mais suave. Se perder, haver� uma verdadeira sess�o de descarrego, com estrelinhas voando por todos os lados.
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