Foi editora do Painel.
Um foguete chamado Marina
Quem olha as pesquisas internas dos partidos, os chamados "trackings", normalmente solta um palavr�o, tamanha � a surpresa com o r�pido crescimento de Marina Silva nas sondagens.
Para manter o n�vel desta coluna, melhor descrever como "susto" a rea��o dos generais das campanhas ao ver a escalada da nova candidata.
Mais do que a disparada, Marina Silva reorganiza a identidade da campanha. As pesquisas qualitativas sinalizam isso: Marina tem cara de povo, quase um Lula de saias; A�cio �, por vezes, associado a "doutor". Dilma, em diversas refer�ncias, � descrita como uma "patroa brava".
� nas chamadas salas de espelho (aquele formato no qual um grupo de eleitores analisa o perfil dos candidatos com uma equipe a monitor�-los secretamente por detr�s do vidro) que essas percep��es s�o flagradas.
O m�todo n�o tem valor cient�fico, mas costuma mostrar tend�ncia e capturar sentimentos difusos. Tanto � assim que at� mesmo os programas do hor�rio eleitoral gratuito passam pelo crivo desses grupos.
O slogan "deixa o homem trabalhar", usado em 2006 para reeleger Lula, foi criado ap�s uma sala de espelho.
Nas qualitativas, quase n�o h� resist�ncias � imagem de Marina. Tudo o que ela fala, mesmo que n�o diga religiosamente nada, soa bonito e honesto. Um desafio para PT e PSDB.
Desconstruir esse personagem ser� a obsess�o dos advers�rios. Mas se um deixar para o outro o trabalho sujo de atacar a concorrente da terceira via, o foguete chamado Marina corre o risco de romper a estratosfera.
Tudo indica, por�m, que que ela n�o desfilar�, solene e protegida, pela passarela da elei��o. Haver� petardos e muitas caneladas.
E � bom um alerta: que a presidenci�vel n�o confunda sua popularidade com escudo ao contradit�rio.
Marina Silva foi candidata em 2010, mas seu estilo de vida, suas ideias e suas rela��es ainda precisam ser escrutinados. H� quatro anos, a ex-senadora n�o era alvo dos demais. Agora, est� no jogo.
Os n�meros mostram que ela veio para competir como gente grande.
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