Foi editora do Painel.
Sai o senador, fica o cacique
Aos 84 anos, Jos� Sarney anunciou que n�o disputar� a reelei��o ao Senado, sua �ltima parada desde a decis�o de deixar as urnas deste ano.
O que parece apressado, por�m, � a leitura de que o ex-presidente da Rep�blica deixar� a vida p�blica. Ele seguir� influente. Seus comandados no PMDB n�o seguiram o l�der, continuam operando e disputando esta e outras campanhas.
Isso sem falar no s�quito de ju�zes, promotores, pol�ticos, ministros e at� policiais que devem algum favor, alguma indica��o, a uma das figuras mais longevas da pol�tica brasileira.
Apesar de dizer que a idade imp�s o desembarque da elei��o, n�o � segredo que a despedida foi provocada por um cen�rio eleitoral dif�cil no Amap�, Estado onde vem se elegendo senador desde 1990.
Ou seja: Jos� Sarney despede-se de concorrer a mais um mandato ao Senado muito mais por conveni�ncia que por convic��o.
Reabilitado como influente pol�tico no governo Lula, ele e sua fam�lia continuar�o mandando. E n�o � s� no Maranh�o. Se Dilma for reeleita, ent�o, o poder at� pode aumentar. Isso porque, quanto maior � a dificuldade do governo no PMDB, maior � a serventia dos Sarney � administra��o federal petista. Tem sido assim h� anos.
Algu�m � capaz de apostar que, na pr�xima reforma ministerial, n�o haver� um indicado ou reprovado do senador para o primeiro, segundo ou at� terceiro escal�es?
Lembre-se, apenas, que h� quase 60 anos, desde que foi eleito suplente de deputado federal em 1954, Jos� n�o � Jos�; � Sarney.
Sai, portanto, o senador. Fica, ainda, o cacique.
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