Mônica Bergamo

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Candomblecista processará hospital no RJ após ter tatuagem de Ogum queimada em cirurgia

OUTRO LADO: HSF nega acusação de intolerância religiosa e diz que criou um comitê de diversidade

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O carioca Jorge Adão, 49, que teve o braço queimado durante uma cirurgia na coluna, vai processar o Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF), do Rio de Janeiro, por danos morais. Ele acusa a equipe médica de intolerância religiosa, uma vez que a queimadura atingiu uma tatuagem sua em homenagem ao orixá Ogum.

Adão afirma que sua advogada esperou o final do seu tratamento com um cirurgião plástico de outro hospital para ajuizar a ação.

Em dezembro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o hospital privado que o atendeu elaborasse, em até 60 dias, um protocolo de atendimento para pacientes praticantes das religiões de matriz africana.

Braço de Jorge Adão depois da cirurgia na coluna e antes - Arquivo Pessoal

A instituição, que criou um comitê de diversidade e inclusão, nega a acusação de intolerância religiosa. Em nota à coluna, o HSF afirma que o acidente ocorreu devido a um desvio da descarga energética do bisturi elétrico próximo ao acesso venoso do paciente.

"Fato, esse, que possivelmente foi agravado pelo extravasamento de soro venoso, evento adverso, absolutamente involuntário, ocorrido e lamentado por nossa instituição", diz a nota.

O caso ganhou notoriedade depois de Adão participar do quadro Papo de Rua, no jornal RJTV, da Globo. Ele saía da sede do MPF quando foi abordado pelo jornalista Chico Regueira. "São coisas de Orixá", diz Adão à coluna, ao falar da coincidência.

O carioca fez a cirurgia, que teve nove horas de duração, em agosto do ano passado. Quando acordou da sedação, diz, foi encaminhado ao Centro de Terapia Intensiva (CTI). "A pele estava saindo do braço, que estava cheio de bolhas."

Segundo Adão, o médico responsável pelo seu pós-cirúrgico não soube explicar o que havia ocorrido e disse que "alguma coisa deu curto". O cirurgião responsável pelo procedimento, afirma ele, atribuiu a queimadura de segundo grau a uma reação química da tatuagem.

"Era uma dor tremenda, tanto pela cirurgia —coloquei seis parafusos e duas hastes na coluna—, quanto pelo meu braço."

O hospital designou um cirurgião plástico para ele, que afirma não ter sido bem tratado. "O cirurgião falou que o plano de saúde não tinha autorizado a fazer o procedimento", diz. "Parecia até que estava com nojo de botar a mão em mim".

O HSF afirma que o "paciente foi acompanhado pelo cirurgião assistente do hospital no pós-operatório, porém recusou o acompanhamento de um cirurgião plástico oferecido pela instituição sem qualquer ônus".

Adão diz ter finalizado o tratamento com outro cirurgião plástico credenciado pelo seu plano de saúde, que teria conseguido reverter parte da sua tatuagem. "Estou com uma cicatriz horrorosa no braço, que deu queloide", afirma.

"Tanto o hospital, quanto a equipe médica, têm que ser responsabilizados por isso. Foi uma queimadura de segundo grau profunda, que dói na alma."


GARFO E FACA

As atrizes Alessandra Negrini e Marisa Orth prestigiaram a festa em comemoração aos 30 anos do restaurante Spot, localizado na região da avenida Paulista, em São Paulo. O fotógrafo Bob Wolfenson
também participou do evento, que ocorreu na noite de segunda (8).

com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH; colaborou GEOVANA OLIVEIRA

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