O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, afirmou que, sem o voto impresso, as eleições de 2022 não serão realizadas.
As afirmações foram feitas em vídeo que circulou nas redes bolsonaristas na terça (10), dia do desfile militar em Brasília e da votação no plenário da Câmara da PEC do voto impresso, bandeira bolsonarista para discursos golpistas.
A PEC foi derrotada pelo plenário da Câmara dos Deputados.
"Ouçam o rufar dos tambores. Garantidores da lei e da ordem. O começo da democracia, a garantia. O braço forte está dizendo o quê? Se não houver voto impresso e contagem pública de votos, não haverá eleição ano que vem", afirma Jefferson no vídeo (veja abaixo).
Nele, Jefferson, aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também ataca o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso. "O Barroso pode até zangar, bater o pezinho. Né, Barroso. Mas se não tiver voto impresso e contagem pública não terá eleição ano que vem. Ouça o rufar dos tambores", segue.
"Fraude, chega. Nós não vamos mais permitir. A eleição será limpa. Não vamos permitir que a esquerda cavalgando na carcunda do Tribunal Superior Eleitoral defraude a eleição. Povo do Brasil, ouça o rufar dos tambores", segue Jefferson.
"O que diz o garantirdor da lei e da ordem. Democracia, voto impresso e contagem pública. Barroso, eu duvido que você vai enfrentar essa posição. Não adianta chilique, porque será assim", continuou o ex-deputado.
A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (13) Roberto Jefferson.
A prisão foi solicitada pela PF na quarta (4), pela delegada Denisse Ribeiro, e autorizada por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele também determinou o cumprimento de busca e apreensão em endereços ligados ao político.
A operação ocorre no âmbito da investigação sobre suposta organização criminosa digital voltada a atacar as instituições a fim de abalar a democracia.
Segundo o ministro do Supremo, o político divulgou vídeos e mensagens com o "nítido objetivo de tumultuar, dificultar, frustrar ou impedir o processo eleitoral, com ataques institucionais ao TSE e ao seu presidente."
Ao pedir a prisão de Roberto Jefferson, a PF afirma que suas postagens nas redes sociais e entrevistas indicam sua atuação na organização criminosa investigada por atacar as instituições, desacreditar o processo eleitoral, reforçar a polarização e o ódio e gerar animosidade dentro da sociedade.
O perfil do Twitter do ex-deputado foi bloqueado por determinação do ministro do STF. Em postagens nas redes, Jefferson chegou a defender que o presidente Bolsonaro demitisse e substituísse os 11 ministros do Supremo e também posou segurando uma arma afirmando que estava se preparando para o "bom combate".
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