Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
Pol�tica de confrontos da pol�cia do Rio � assassina e ineficaz
Silvia Izquierdo-30.jun.2017/AP Photo | ||
Crian�as em frente a cartuchos de bala ap�s opera��o policial no morro da Mangueira, no Rio |
RIO DE JANEIRO - "Perdemos mais uma aluna hoje, no Lins. Uma menina de 11 anos. Mais uma vez, tiroteio entre policiais e criminosos. Essas opera��es policiais n�o valem a pena. Por favor, entendam isso: essas opera��es policiais n�o valem a pena. Tem de ter outro jeito."
Publicado em rede social, o desabafo de Cesar Benjamin, secret�rio municipal de Educa��o do Rio, � representativo do des�nimo que abate os cariocas a cada nova morte como a de Vanessa dos Santos. Ela levou um tiro na cabe�a, na porta de casa, numa favela da zona norte, na ter�a (4).
Poucos dias antes dela, a v�tima foi uma crian�a que ainda estava na barriga de sua m�e. Baleada em condi��es similares, corre risco de vida e deve ficar parapl�gica.
� dif�cil n�o sentir impot�ncia diante desse tipo de trag�dia anunciada. J� se sabia que a fal�ncia do Estado, quebrado pelo PMDB, teria efeitos particularmente perversos na seguran�a p�blica. O v�cuo deixado nos morros pelo enfraquecimento das Unidades de Pol�cia Pacificadoras abriu caminho para novas disputas de traficantes por territ�rio.
A pol�cia, por sua vez, retomou a pol�tica de confrontos, cuja inefic�cia j� ficou comprovada. O �nico resultado pr�tico s�o mortes de todos os lados: moradores, policiais e bandidos.
Estou sempre voltando a "Not�cias de Uma Guerra Particular", document�rio rodado h� 20 anos e ainda a melhor an�lise sobre a viol�ncia carioca.
"Voc� acha que a a��o de voc�s soluciona alguma coisa?", pergunta o diretor Jo�o Moreira Salles ao ent�o capit�o Rodrigo Pimentel, do Bope. "De forma alguma. S�o 500 favelas no Rio e somente um batalh�o de opera��es especiais. A a��o da pol�cia n�o pode vir a trazer um bom resultado", responde o policial.
"� uma guerra sem fim. Quase toda noite o Bope matava um traficante, apreendia um fuzil. Resolvia alguma coisa? N�o resolvia nada."
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