Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
N�o h� santos na briga entre Crivella e a liga das escolas de samba
Alex Ribeiro-1�.jan.2017/Folhapress | ||
Marcelo Crivella durante discurso ao tomar posse do cargo na C�mara Municipal |
RIO DE JANEIRO - � dif�cil escolher um lado na disputa entre o prefeito Marcelo Crivella (PRB) e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), tema que vem galvanizando o Rio desde que o governante anunciou uma redu��o de 50% na verba destinada �s agremia��es.
N�o h� d�vida de que o bispo eleito tem antipatia pela maior festa da cultura popular, como ficou demonstrado neste Carnaval. H� bons motivos para desconfiar de que esse desgosto � de cunho religioso, o que tornaria seu comportamento incompat�vel com a laicidade exigida pelo cargo.
Ap�s menosprezar o Carnaval e suas tradi��es, Crivella n�o tem moral para convencer a popula��o de que a redu��o do subs�dio � mero rearranjo or�ament�rio. Mas que moral tem a Liesa, not�rio reduto de contraventores, para se insurgir? Ainda mais depois do tr�gico e irrespons�vel desfile deste ano, com dois acidentes graves que deixaram uma morta, v�rios feridos e nenhuma puni��o.
Acima de tudo, � dif�cil tomar partido porque h� pouca transpar�ncia de ambas as partes. Quem sabe quanto a Liesa gasta e quanto lucra com os desfiles? Quem � capaz de atestar que os R$ 2 milh�es que a prefeitura repassou a cada escola do grupo especial neste ano foram gastos adequadamente? Sem esse tipo de dado, � imposs�vel fazer uma discuss�o objetiva.
A amea�a da Liesa de suspender os desfiles de 2018 � ris�vel. Com o or�amento de cada escola girando entre R$ 6,5 milh�es e R$ 10 milh�es, � complicado argumentar que R$ 1 milh�o a menos inviabiliza os trabalhos. Se a liga tornou-se dependente de dinheiro p�blico a esse ponto, � sinal de muita incompet�ncia.
Dado que n�o h� santos nesse embate, Crivella faria melhor em n�o cortar a verba dos desfiles agora, dando uma esp�cie de aviso pr�vio e aproveitando para impor mais controle p�blico, exigindo transpar�ncia e melhor gest�o.
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