Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
Mega-arrast�o no centro foi uma aula de Rio de Janeiro em uma noite
Reprodu��o/TV Globo | ||
Loja destru�da ap�s arrast�o durante a madrugada na Central do Brasil, no Rio de Janeiro |
RIO DE JANEIRO - Na semana passada houve um arrast�o no Centro do Rio, durante a madrugada, que exemplificou perfeitamente o estado atual de desgoverno e inseguran�a da cidade.
Cerca de 40 criminosos vindos do morro da Provid�ncia —onde h� uma Unidade de Pol�cia Pacificadora— saquearam mais de dez lojas numa rua a poucos metros da Secretaria de Seguran�a, do Comando Militar do Leste e de uma delegacia.
Fizeram-no com tal tranquilidade que passaram mais de duas horas nessa a��o, valendo-se de dois caminh�es para fechar a rua e carregar os produtos pilhados. O alarme das lojas foi acionado e uma patrulha da PM apareceu, mas n�o p�de com os criminosos, armados com fuzis. Saiu atr�s de refor�os, que s� chegaram horas depois.
O roubo foi uma demonstra��o de for�a do tr�fico, que est� buscando expandir sua fonte de lucro por meio da cobran�a de uma "taxa de seguran�a" dos comerciantes -t�tica mais associada �s mil�cias. Como os lojistas se recusavam a pagar, os traficantes da Provid�ncia mostraram na pr�tica que, sem acordo com eles, n�o h� seguran�a para a regi�o.
Nem mesmo prote��o privada � solu��o, como mostra o epis�dio mais incr�vel dessa hist�ria, revelado pelo site G1: o seguran�a de uma das lojas chegou para trabalhar na madrugada e topou com o saque generalizado.
Negro, armado, sozinho contra um "bonde" de dezenas numa rua escura, n�o teve d�vida: ou se misturava � turba ou poderia ser confundido com um policial. Assim o fez, passando por ladr�o para sobreviver, como contou a seu patr�o.
Traficantes de um morro "pacificado" fazem um mega-arrast�o de horas para punir comerciantes que n�o lhes pagavam caixinha, a pol�cia n�o imp�e resist�ncia e um seguran�a privado finge ser ladr�o para n�o morrer. Eis a� uma aula de Rio de Janeiro numa �nica noite.
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