Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
Socorro federal n�o resolver� viol�ncia no Rio
Ricardo Borges/Folhapress | ||
Caminh�o incendiado por mascarados pega fogo em local pr�ximo � comunidade da Cidade Alta (RJ) |
RIO DE JANEIRO - As cenas que o Rio exibiu para o pa�s nesta ter�a (2) —�nibus queimados, caminh�es saqueados, traficantes em guerra entre si e contra a pol�cia— s�o apenas o sintoma atual da met�stase, causada pela derrocada do projeto de seguran�a p�blica do Estado.
Como num c�ncer, os primeiros ind�cios foram pouco notados: conflitos em favelas menores, aumento da criminalidade em �reas mais pobres. Depois vieram os sinais mais chamativos, como a guerra no Alem�o, mas cuja dimens�o n�o foi percebida por boa parte dos cariocas.
O que se viu na Cidade Alta na ter�a j� foi expressivo e assustador a ponto de levar o Planalto a enviar ajuda. "O governo do Rio sozinho, ainda mais com a crise financeira, n�o consegue fazer a seguran�a toda do Estado", disse o governador Luiz Fernando Pez�o (PMDB), numa tr�gica admiss�o de incapacidade.
O an�ncio n�o surpreende -n�o h� mais nada que o governo peemedebista consiga fazer sozinho no Estado, a come�ar por pagar sal�rios. A ajuda federal na seguran�a � apenas a primeira das que se fazem necess�rias.
� tamb�m meramente paliativa. Cem soldados da For�a Nacional, mais uns tantos policiais rodovi�rios, n�o ser�o capazes de impedir as guerras entre as fac��es do tr�fico, menos ainda de reconquistar territ�rios perdidos ap�s a derrocada do projeto das Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPP).
Se quisesse tratar da quest�o a s�rio, Pez�o precisaria recome�ar do zero, criando um novo plano de seguran�a. As perspectivas de que consiga faz�-lo s�o nulas, pelo simples fato de que n�o h� mais dinheiro, que dir� planejamento.
Neste cen�rio, restam as a��es tempor�rias para tentar manter o Estado sob algum controle at� a pr�xima gest�o. Elas s�o ilus�rias. Se tanques e soldados federais nas ruas resolvessem o problema da viol�ncia, o Rio j� estaria pacificado desde 1992.
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