Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
Linha 4 do metr� do Rio inflou propinas e n�mero de usu�rios
Diego Padgurschi-30.jul.2016/Folhapress | ||
Esta��o S�o Conrado da linha 4 do metr� do Rio de Janeiro |
RIO DE JANEIRO - A chamada linha 4 do metr� do Rio � um grande engodo desde seu nome, que faz crer que a cidade tem uma rede metrovi�ria quando, na verdade, tem apenas uma conex�o entre dois extremos, com parcas ramifica��es.
A primeira encarna��o dessa obra � de 1998, quando houve uma licita��o, vencida por uma concession�ria formada por tr�s empresas e liderada pela Queiroz Galv�o. Um contrato de R$ 880 milh�es, que n�o foi executado por falta de recursos. Em 2010, S�rgio Cabral decidiu que tocar a linha 4 seria um �timo neg�cio —nas palavras do delator Benedicto J�nior, ex-executivo da Odebrecht, "o neg�cio mais expressivo que constru�mos no Rio". A Rio-2016 justificava.
Em vez de fazer nova licita��o, o ent�o governador reativou o contrato de 1998 e aceitou incont�veis aditivos e altera��es. Dentre elas, a entrada da Odebrecht, que comprou a participa��o de um dos s�cios do cons�rcio original.
Resultado: o pre�o subiu para R$ 9,6 bilh�es e a linha 4 passou a gerar propinas que faziam parte da mesada que Cabral recebia das empreiteiras. S� com a obra do metr� o atual presidi�rio recebeu R$ 36 milh�es, segundo o mesmo delator.
Al�m de ter sido superfaturada para abastecer "a organiza��o criminosa capitaneada por S�rgio Cabral durante sua gest�o do Estado do Rio", nas palavras do Minist�rio P�blico Federal, a linha 4 do metr� vem se revelando subutilizada. Reportagem do jornal "O Globo" mostrou que em vez dos 300 mil usu�rios por dia previstos no estudo t�cnico de demanda, ela recebe em m�dia 140 mil/dia.
T�o escandalosa quanto a confirma��o de que o empreendimento foi corrompido e tem utilidade question�vel � a informa��o de que o governador Luiz Fernando Pez�o e o prefeito Marcelo Crivella discutem ampliar a linha. Talvez estejam procurando uma sa�da subterr�nea para a crise.
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