Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
Batalh�o do Iraj� simboliza outro fracasso da seguran�a do Rio
Ricardo Borges/Folhapress | ||
Escola municipal Daniel Piza, onde morreu Maria Eduarda, 13, v�tima de bala perdida |
RIO DE JANEIRO - "V�deo flagra policiais atirando em homens feridos e desarmados no Rio". A not�cia, da �ltima quinta (30), se liga a outras: "Quatro PMs s�o presos ap�s morte de cinco jovens"; "Policiais s�o suspeitos de vender carga roubada a traficante e morador"; "Policial confunde macaco hidr�ulico com arma e mata dois jovens".
Publicadas na Folha desde outubro de 2015, todas essas reportagens referem-se a um mesmo batalh�o da PM do Rio: o 41�, localizado no Iraj�, bairro da zona norte. Ele patrulha uma das �reas mais violentas da cidade, que engloba os morros do Chapad�o, do Gog� da Ema e da Pedreira.
A PM fluminense � conhecida por ser uma das que mais matam e mais morrem no pa�s. S� no primeiro bimestre deste ano, matou 182 pessoas, uma m�dia de tr�s por dia. E, at� mar�o, morreram 47 policiais —ainda que apenas sete deles em servi�o. Nesse quadro catastr�fico, o 41� batalh�o � campe�o de barbaridades. Fundado em 2010, em tr�s anos passou a ocupar o topo do ranking de homic�dios em supostos confrontos com a pol�cia.
E nessa lista nem entram as v�timas de balas perdidas, como Maria Eduarda da Concei��o, 13, atingida durante uma aula de educa��o f�sica na escola, enquanto PMs e bandidos trocavam tiros do lado de fora —no mesmo dia em que foram registradas as execu��es em v�deo. Na �ltima segunda (3), outra adolescente de 13 anos morreu com um tiro vindo n�o se sabe de onde, na mesma regi�o.
O caso do batalh�o do Iraj� revela uma outra faceta do fracasso da pol�tica de seguran�a p�blica implementada por Jos� Mariano Beltrame nos governos Cabral e Pez�o: a incapacidade de extinguir as pr�ticas corrompidas e de expurgar a banda podre da PM.
Se isso n�o foi feito quando havia um secret�rio de seguran�a com apoio pol�tico e dinheiro � disposi��o, n�o vai ser agora, quando nem sequer se pagam sal�rios em dia.
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