Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
Institutos de refer�ncia discordam sobre contamina��o por febre amarela
Ricardo Borges/Folhapress | ||
Fila de vacina��o contra a febre amarela em posto de sa�de na G�vea, zona sul do Rio de Janeiro |
RIO DE JANEIRO - Em outubro, mais de duas dezenas de macacos foram encontrados mortos no Rio, em bairros das zonas norte e sul. Amostras de alguns deles foram enviadas ao Instituto Evandro Chagas, no Par�.
Refer�ncia nacional no diagn�stico de febre amarela, o IEC examinou-as e, h� duas semanas, avisou ao Minist�rio da Sa�de e � secretaria estadual que cinco dos animais tinham o v�rus. O que aconteceu a partir da� � uma inacredit�vel mistura de picuinha entre cientistas, in�pcia dos governos federal e estadual, falta de transpar�ncia e m� comunica��o.
Por motivos nunca explicados, o governo de Luiz Fernando Pez�o considerou "inconclusivos" os resultados do laborat�rio de refer�ncia nacional. Ato cont�nuo, pediu � Fiocruz, maior fabricante mundial de vacinas contra a febre amarela, que fizesse novos testes nos animais.
A institui��o carioca os fez, usando a mesma t�cnica da paraense, mas encontrou resultados negativos para febre amarela. N�o explicou de qu� morreram os macacos.
� �bvio que um dos laborat�rios est� errado. Descobrir qual deles e entender como se deu o erro deveria ser prioridade. Se o IEC deu um falso positivo, como saber que n�o o fez em tantos dos outros casos que analisou? Se a Fiocruz deu um falso negativo, como saber qu�o disseminada pode estar a febre amarela no Rio?
O minist�rio de Michel Temer, no entanto, decidiu ficar no muro: afirmou que "corrobora o resultado obtido pelo IEC e pelo Fiocruz, pois foram feitos com base em amostras e metodologias diferentes". Como se fosse poss�vel corroborar uma coisa e seu oposto, simultaneamente.
Os dois n�veis de governo do PMDB afirmam que n�o h� motivo para p�nico, at� porque o Rio lan�ou, n�o sem atraso, um plano de vacina��o. Dif�cil � dar cr�dito a gente que faz tanta lamban�a, como, de resto, comprovam as filas di�rias nos postos de sa�de.
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