Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
Ausente no Carnaval do Rio, Crivella ignora suas obriga��es
Andr� Horta/Fotoarena-30.out.2016/Folhapress | ||
Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, durante as elei��es municipais de 2016 |
RIO DE JANEIRO - Para justificar o desprezo pessoal que dedicou ao Carnaval carioca deste ano, ignorando a tradi��o de entregar a chave da cidade ao rei Momo e se negando a aparecer na Sapuca�, o prefeito Marcelo Crivella disse que ningu�m deveria "ser obrigado a fazer nada".
"Tem uma agenda do prefeito que deve ser cumprida e que n�o necessariamente deve ser a agenda da imprensa", disse ele ao ser interrogado sobre sua aus�ncia. A frase ecoa a de seu marqueteiro, que j� anunciara que "ningu�m � obrigado a lidar com a imprensa".
� question�vel o entendimento que o alcaide tem de suas obriga��es. De fato, ele n�o pode ser for�ado a gostar de samba ou a ficar no recuo da bateria cumprimentando cada escola que passa, como fazia seu antecessor. Mas est� moral e politicamente obrigado a prestigiar o principal evento cultural, social e econ�mico da cidade que governa.
O Carnaval deste ano atraiu 1,1 milh�o de turistas e gerou uma renda estimada em R$ 3 bilh�es, segundo a Riotur. A aus�ncia de Crivella nos desfiles em que a prefeitura investiu R$ 56 milh�es � critic�vel sob v�rios aspectos, do administrativo ao humano.
O prefeito n�o se dignou a comparecer nem ap�s os acidentes que deixaram mais de 30 feridos, transformando o Rio no centro das aten��es –havia mais de 1.500 jornalistas no samb�dromo, 318 deles estrangeiros.
Esse tra�o nocivo de sua personalidade —achar que pode fazer apenas aquilo que lhe interessa— vem se revelando desde o per�odo eleitoral, quando se absteve de participar de debates.
Pior � notar que ele tamb�m parece ter se desobrigado de cumprir a legisla��o, como a que pro�be o nepotismo: n�o satisfeito em nomear seu filho Marcelinho para a Casa Civil e ver o STF suspender a nomea��o, Crivella decidiu recorrer da decis�o. Pelo visto, apenas a lei divina est� acima da vontade pr�pria do prefeito do Rio.
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