Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
Alian�as de Crivella na campanha deixam d�vidas a pagar
Ricardo Borges-30.out.2016/Folhapress | ||
Marcelo Crivella, prefeito eleito do Rio, vota em Copacabana |
RIO DE JANEIRO - Marcelo Crivella (PRB) foi eleito prefeito do Rio com uma ampla base de amparo: da fam�lia Garotinho e milicianos ("Todo apoio, todo voto � importante", disse o ent�o candidato) at� seus advers�rios no primeiro turno, como Fl�vio Bolsonaro (PSC), �ndio da Costa (PSD) e Carlos Os�rio (PSDB). Al�m, � claro, da Igreja Universal.
O problema � que tais apoios parecem muito mais fisiol�gicos do que ideol�gicos, o que inspira p�ssimos aug�rios para o Rio durante a gest�o do novo prefeito. Com a necessidade de distribuir nacos de poder entre seus muitos apoiadores, Crivella j� come�ou a aventar ideias completamente descoladas da realidade.
Por exemplo, quer municipalizar os nove hospitais federais existentes no Rio, mas espera que o Planalto continue mandando dinheiro para sustent�-los. Tal experi�ncia j� foi tentada em 1998 e fracassou — por falta de repasses e pela resist�ncia dos servidores —, levando � devolu��o dos hospitais em 2005. Al�m disso, a prefeitura j� assumiu, na gest�o de Eduardo Paes, dois hospitais estaduais (ao custo de R$ 504 milh�es anuais), na tentativa de atenuar a calamidade criada pelo governo do PMDB.
O prefeito eleito tamb�m estuda municipalizar o deficit�rio porto do Rio, administrado pela Companhia Docas (CDRJ), empresa sob gest�o federal, e dono de um dos maiores passivos trabalhistas do pa�s.
� dif�cil entender como Crivella pretende harmonizar tais medidas com sua promessa de cortar as secretarias a "menos da metade". Ele deve estar ciente de que receber� uma capital com investimentos e receita em queda, al�m de um punhado de obras importantes a concluir.
Enquanto o pa�s e o Estado lutam para cortar despesas, as primeiras ideias do governo Crivella parecem indicar dire��o oposta. � um dos problemas de se ter um milh�o de "amigos".
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