Jornalista foi correspondente em Londres, editor do 'Folhateen' e de Fotografia e diretor da sucursal Rio.
Escreve �s quintas.
Organizar Olimp�ada d� preju�zo, menos para o COI
Antonio Lacerda/Efe | ||
O presidente do COI, Thomas Bach, e o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, visitam o Maracan� |
RIO DE JANEIRO - Durante a Copa-2014, um dos temas que fustigaram a Fifa foi a indigna��o popular com os lucros que a entidade teve (R$ 8,4 bilh�es), enquanto os custos de organizar o evento (R$ 27,1 bilh�es) ficaram todos com o Brasil.
� dif�cil entender por que o Comit� Ol�mpico Internacional (COI), o equivalente da Fifa para a Olimp�ada, vem sendo poupado de cr�ticas semelhantes. Especialmente quando ser� necess�rio usar verba estatal para cobrir os gastos do Comit� Organizador da Rio-2016.
Ele � uma empresa privada, com or�amento de R$ 9,1 bilh�es que, em tese, seria todo privado: cerca de um quarto vem do COI e o resto, de patroc�nios e ingressos.
Al�m de bancar a exist�ncia do pr�prio comit�, esse dinheiro � usado para cobrir as despesas operacionais dos Jogos: transporte, hospedagem e alimenta��o das delega��es, as festas de abertura e encerramento etc.
Quando se candidatou a sediar os Jogos, o Rio concordou em cobrir os gastos do comit� caso ele n�o conseguisse fechar suas contas, o que j� � um fato. Governo federal e prefeitura anunciaram que v�o investir R$ 100 milh�es e R$ 150 milh�es, respectivamente, e parece improv�vel que a conta pare a�.
Se n�o h� nada ilegal em usar dinheiro p�blico para arcar com as contas do comit� organizador enquanto o COI sai da festa com o bolso cheio, n�o d� para negar que � imoral —uma imoralidade com a coniv�ncia dos pol�ticos.
Pior ainda � a recusa do Comit� Rio-2016 em abrir suas contas, mesmo ap�s o aporte estatal. Se � para gastar dinheiro p�blico, vejamos como est�o organizados os gastos. Afinal, uma empresa que sabe que ter� ajuda governamental para pagar suas d�vidas n�o tem exatamente grandes incentivos para ser o mais econ�mica poss�vel.
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