� jornalista e consultor na �rea de comunica��o corporativa.
Como ajudar pessoas com defici�ncia
Voc� sabe como ajudar uma pessoa com defici�ncia f�sica? Ou antes: voc� sabe quando uma pessoa com defici�ncia realmente precisa de ajuda? E, se souber, o que fazer diante de necessidades de pessoas que podem ter as mais diversas restri��es: n�o enxergar, n�o andar, n�o ouvir, n�o falar, n�o ter habilidade com as m�os ou ainda portar mais de uma dessas possibilidades restritivas ao mesmo tempo?
Dif�cil, n�o �? Principalmente para quem n�o tem ou n�o costuma ter contato com pessoas com defici�ncia, gostaria de ajudar, mas acaba se defrontando eventualmente com sentimentos que s�o um misto de impot�ncia, medo, constrangimento.
Pois estas quest�es vieram todas � tona esta semana e foram esclarecidas num clima descontra�do e cordial num encontro muito bacana promovido pela Abear (Associa��o Brasileira das Empresas A�reas), que reuniu de um lado atletas brasileiros que v�o participar das Paraolimp�adas no Rio de Janeiro e de outros funcion�rios das empresas a�reas nacionais e tamb�m dos aeroportos. Ou seja, gente que de uma maneira ou de outra ter� de lidar, neste ano, com um volume in�dito de "pessoas com necessidades especiais" –express�o que, ali�s, n�o se usa mais, como fiquei sabendo...
Assim como tamb�m fiquei sabendo, em contato com a organiza��o do evento e pelo relato dos atletas que deram depoimentos no encontro, uma por��o de outras coisas que podem n�o apenas facilitar a vida de quem se defronta com a dupla quest�o: devo ajudar/como fazer?
Uma das coisas b�sicas que aprendi � que a gente em geral tende a tratar pessoas com defici�ncias diferentes como se fossem todos iguais. N�o, mesmo que aparentemente tenham a mesma restri��o, seja ela nos membros ou na vis�o, por exemplo, cada uma � um universo particular, com capacidades diferentes e, portanto, necessidades diferentes tamb�m.
Para ajudar a resolver estes dilemas, comuns a quem quer ou precisa lidar com pessoas que tenham restri��es na locomo��o, foi criado um slogan muito f�cil de usar: "Como posso te ajudar?". Este tamb�m � o nome da campanha de esclarecimento destinada n�o apenas ao pessoal da avia��o, mas ao p�blico em geral, levando em conta que o Brasil possui cerca de 45 milh�es de pessoas com algum tipo de defici�ncia, mais de 350 delas mil inseridas no mercado formal de trabalho.
� simples assim: diante de uma pessoa com defici�ncia, seja qual for a restri��o que ela aparente, o melhor a fazer � perguntar diretamente a ela: como posso te ajudar? Ningu�m melhor para dizer se est� precisando de ajuda, seja para encontrar um caminho, colocar uma bolsa no bagageiro interno do avi�o, servir-se de alguma comida, ser transportado de um lugar a outro, do que o pr�pria pessoa. Ela dir� se precisa de ajuda e como voc� poder� ajud�-la. Se n�o precisar, cada um segue a sua vida...
Importante notar que nem sempre a boa vontade e o voluntarismo podem ser a melhor solu��o em casos como estes, como ficou claro no encontro desta semana, onde foram relatados casos engra�ados (ou desastrosos) de tentativas frustradas, que mais atrapalharam do que ajudaram.
Portanto, o melhor � perguntar mesmo e, por via das d�vidas, obedecer as seguintes regrinhas b�sicas:
- use sempre o termo pessoa com defici�ncia, n�o mais portadora, necessidades especiais ou qualquer tipo de sigla que possa design�-las;
- na hora que estiver de fato ajudando algu�m, pergunte se est� fazendo a coisa da maneira correta ou adequada �quela pessoa -se est� andando muito r�pido, por exemplo;
- ao falar com uma pessoa que n�o enxerga, dirija-se diretamente a ela, n�o ao seu acompanhante, e pegue em sua m�o se quiser cumpriment�-la. Durante a conversa, n�o � necess�rio toc�-la, tampouco (isso � muito comum...) falar alto;
- se voc� for guiar um cego, nunca pegue no bra�o ou na m�o para conduzi-lo; ofere�a voc� o seu bra�o e deixe que ele o pegue antes de come�ar a andar;
- observe na pessoa que tem defici�ncia nos membros superiores se isso compromete sua capacidade de movimentos, impedindo-a de lhe dar a m�o; na d�vida, cumprimente apenas verbalmente;
- ao se dirigir a um cadeirante, voc� n�o precisa agachar nem falar alto ou como se fosse com uma crian�a;
- mesmo que voc� esteja em um local adaptado, com sinaliza��o de solo, rampas e equipamentos do g�nero, observe se esses cuidados s�o suficientes para atender �s necessidades da pessoa deficiente que estiver ao seu lado. Na d�vida –seja num avi�o, no trabalho, numa loja, na rua, num bar–, n�o tenha vergonha, pergunte logo:
- Como posso te ajudar?
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