� jornalista e consultor na �rea de comunica��o corporativa.
O Uruguai n�o est� doid�o
Depois de dois dias flanando pela bela capital do vizinho Uruguai, pa�s que visito pela primeira vez, j� � poss�vel fazer uma afirma��o tranquilizadora: n�o, os uruguaios n�o est�o andando pelas ruas, fumando loucamente maconha, agora legalizada no pa�s. Tampouco h� registros expressivos de problemas causados pelo consumo da erva, que, temiam por aqui os mais alarmistas, iria ocupar o lugar do tabaco e corromper a todos.
Pelo que pude constatar e pelo que apreendi em conversar com gente da rua ou jornalistas conhecidos, est� tudo mais ou mesmo como sempre foi, ou seja, o uruguaio que sempre fumou continua fumando, mas agora sem depender exclusivamente do tr�fico e da maconha de m� qualidade contrabandeada do Paraguai.
E n�o h� estudos conclusivos feitos pelo governo ou �rg�os independentes que deem conta de uma ades�o massiva, sobretudo por parte dos jovens, ao h�bito agora legal.
A lei aprovada, j� h� dois anos no governo do ex-presidente Jos� Mujica, est� em pleno vigor e continua em sua implanta��o lenta mas segura. Ou seja, � permitido o cultivo de at� seis p�s de cannabis por qualquer cidad�o em sua casa, � permitida a forma��o de clubes de fumadores, que podem compartilhar entre si o produto de usas planta��es particulares, e permanece em estudo a implanta��o da venda da erva para o consumo recreativo, por parte do pr�prio governo, em farm�cias.
O que significa dizer que o consumo est� legalizado e liberado no pa�s, e basta uma voltinha pelas simp�ticas e hist�ricas ruas da cidade velha de Montevid�u para constatar isso, por meio do aroma da erva que pode ser sentido aqui e ali ou pelo cidad�o que, sentado tranquilamente num banco de pra�a prepara sem problemas seu cigarrinho, para consumi-lo aonde lhe aprouver.
Ningu�m vai preso por fumar maconha, este � o grande diferencial proporcionado pelo Uruguai no debate internacional sobre as pol�ticas de drogas, sobretudo num momento importante em que os pr�prios Estados Unidos, mantenedor durante d�cadas do conceito de guerra �s drogas –por meio da for�a militarizada e armada– procura novos caminhos para enfrentar o problema, inclusive procurando redimension�-lo.
Nos pr�ximos dias que permane�o neste pa�s simp�tico, acolhedor, de gastronomia peculiar e vinhos fant�sticos devo colher novas informa��es a respeito deste tema, que ser� novamente abordado na semana que vem.
Por enquanto o que d� para afirmar tranquilamente �: os uruguaios n�o est�o doid�es, ok?
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