� jornalista e consultor na �rea de comunica��o corporativa.
Corrompendo marcas
O estouro do esc�ndalo envolvendo Fifa, CBF e o mundo do futebol colocou em alerta todo um segmento corporativo, que � aquele que diz respeito ao chamado marketing esportivo, ou seja, o patroc�nio por parte de empresas �s atividades e entidades ligadas ao esporte, mais fortemente presente, hoje imprescind�vel mesmo, no mundo futebol�stico.
Qual ser� o impacto desse esc�ndalo de propor��es globais nas marcas que se associam a estas entidades, em geral por meio dessas pessoas que est�o sendo investigadas, acusadas, presas?
O quanto a corrup��o ser� capaz de corromper, no sentido de deteriorar, tradi��o e prest�gio?
O pessoal que trabalha com branding para as marcas ligadas ao futebol, ou seja, que � respons�vel por administrar sua imagem e seus valores, est� tendo muito trabalho por estes dias, certamente.
Diante do volume exorbitante que as cifras t�m alcan�ado continuamente, � imposs�vel se pensar hoje em qualquer a��o, m�nima que seja, envolvendo times, est�dios, jogadores e t�cnicos sem que se pense imediatamente em um produto, uma empresa que possa garantir o empreendimento.
Um produto, uma marca, uma empresa de um lado, do outro um p�blico, um intermedi�rio, um dirigente federativo, um agente, outro intermedi�rio, um dirigente do clube, um assessor do dirigente e por a� vai...
O principal personagem norte-americano do atual esc�ndalo � Chuck Blazer, ex-representante da Fifa nos Estados Unidos e que ficou conhecido pelo apelido de "Mr. 10%" ("Sr. Dez por Cento"), dada sua habilidade em levar no m�nimo este valor em todo e qualquer neg�cio que passasse na sua frente.
A pergunta que cabe aqui �: quantos "Mrs 10%" as empresas que apoiam, prestigiam, incentivam, patrocinam o futebol brasileiro alimentam no seu dia-a-dia?
N�o estou me referindo a atividades consagradas ou estabelecidas com transpar�ncia com o objetivo de aproximar patrocinado de patrocinador, viabilizando neg�cios e incrementando o crescimento de uma atividade por meio de estrat�gia, planejamento, investimento - embora tamb�m aqui coisas estranhas possam acontecer, e acontecem.
Mas seria bom, saud�vel mesmo, identificar e eliminar quem est� l� dentro da CBF, de cada federa��o estadual de futebol, de cada clube e de cada time, com o poder para ficar no meio de uma negocia��o, para criar dificuldades para vender facilidades, gente que consta do "contas-a-pagar" das empresas que colam seus logotipos nas fachadas, displays, est�dios, uniformes.
Como n�o se deve generalizar, achando que todo dirigente esportivo (de qualquer modalidade que seja) � picareta e leva 10%, tamb�m � de se esperar que as empresas que trafegam no setor demonstrem que atuam com honestidade, transpar�ncia e �tica.
Na verdade, daqui para a frente este pode muito bem ser um caminho sem volta.
Pois, da mesma forma que nenhuma grife de roupa quer mais ter seu nome vinculado ao trabalho escravo, espera-se que marcas de bebidas, material esportivo, bancos, empresas a�reas, seguradoras etc. tamb�m n�o queiram ser associadas a corrup��o, crime, extors�es.
Mesmo porque, pelo andar da carruagem n�o ser� dif�cil a gente ver em breve algu�m sendo levado preso, algemado, com um agasalho esportivo estampando esta ou aquela marca, bem vis�vel.
Da�, haja branding...
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