� jornalista e consultor na �rea de comunica��o corporativa.
Eduardo ou Thomaz: qual dor � maior?
Mais uma vez, o canal f�tido de "comunica��o" que em certos momentos t�m se transformado as redes sociais (ou sociopatas?) deu o ar de sua gra�a. Agora, para achincalhar mortes. Mortes de jovens, mortes de filhos.
Como se fosse poss�vel comparar mortes, sofrimentos, trag�dias: por que a dor do pai de Eduardo, menino morto no morro do Alem�o, � maior ou mais digna de pena ou mais importante do que a dor do pai do homem jovem, Thomaz, que morreu na queda do helic�ptero em S�o Paulo?
Ah, entendi, porque o segundo � filho de governador, tem posses, teve oportunidades na vida, e, por algum motivo que ningu�m sabe explicar direito, posto que de fato n�o tem explica��o, deve ser responsabilizado pelo "poder" de sua fam�lia, enquanto o menino do Rio era um pequeno favelado, pai e m�e humildes, estava com uma vida pela frente, foi v�tima da brutalidade social...
� isso que temos de engolir?
Como se fosse poss�vel comparar a dor de pais que perdem filhos, veja a que ponto se chegou?
Nem que para isso, no caminho inverso ao "racioc�nio" exposto acima, tenha que se levantar suspeitas de que a trag�dia a�rea pode ter sido causada por "petistas assassinos", como insinuou uma jovem no Twitter, para deleite e likes de seus seguidores –muitos outros posts nesta linha pulularam no Facebook tamb�m.
Causa n�useas, tanto um quanto outro tipo de barbaridade.
Anos atr�s, a prop�sito de outra trag�dia cotidiana, escrevi aqui mesmo que devia ser proibido filhos morrerem antes de pais. Se fizesse isso hoje a prop�sito da dor imensa que se abate sobre o casal Geraldo e Lu Alckmin, seria linchado pela "esquerda" em postagem p�blica. E se falasse apenas do menino da favela carioca, tamb�m seria escorra�ado do mesmo jeito, mas pela "direita". Pensando bem, do jeito que a maldade, a falta de no��o e a psicopatia pol�tica e social anda pautando o comportamento do brasileiro ultimamente, � bem prov�vel que isso aconte�a de qualquer jeito –a conferir nos coment�rios abaixo– porque ousei n�o achar nem Eduardo "melhor" do que Thomaz, nem Thomaz "mais pertinente" do que Eduardo.
Com se fosse poss�vel, repito, comparar a dor que transpassa o cora��o de um pai e de uma m�e num momento desses.
Para quem acha que sim, que � poss�vel comparar, n�o vou desejar que um dia isso possa ocorrer na sua vida, ok?
Afinal, � P�scoa, confere?
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