� jornalista e consultor na �rea de comunica��o corporativa.
M�dicos e monstros
Desculpe come�ar logo com um lugar comum, mas paisinho bem louco este nosso, n�o?
O ex-doutor finalmente capturado (sim, temos policiais eficientes tamb�m...) diz que n�o � nada disso, que aquelas 50 e tantas mulheres mentem ou exageram, que ele � incapaz de fazer mal a quem quer que seja, que � apenas um idoso que gosta de Mercedes Benz pretas, um absurdo ficar na cadeia at� morrer, 250 anos � um quarto de s�culo, caramba!
A mocinha de cabelos claros e cara de anjo j� n�o � mais t�o mocinha assim, mas ainda mant�m no semblante angelical algo de puro; pura desfa�atez, talvez, porque afinal planejou e ajudou a matar de maneira torpe e nauseabunda, sem jamais ter negado isso, papai e mam�e.
Os dois t�m nomes complicados, que seriam apenas exemplos da nossa maravilhosa miscigena��o e generosidade para abrigar ra�as e nacionalidades se n�o fossem ambos monstros, psicopatas.
Mas diferentemente de Roger Abdelmassih, que n�o quer ficar preso de jeito nenhum, Suzane von Richthofen recusou a progress�o de pena que garantia a ela o direito de regime semiaberto, a possibilidade de ser, uma d�cada depois e ainda que parcialmente, livre.
Ela n�o quer ser solta.
Ela tem medo das ruas.
Prefere permanecer no pres�dio onde, dizem, se tornou "refer�ncia" de lideran�a e bom comportamento.
Pera�, o m�dico n�o tem escolha, � claro, vai pro xilindr� sob o aplauso das tantas mulheres que molestou e humilhou, mas a loirinha psic�tica pode escolher ficar vivendo �s custas do Estado indefinidamente?
Wall!, diria o velho e bom Paulo Francis, de quem poucos se lembram, mas que foi um brilhante jornalista que ficava sempre perplexo com este tipo de idiossincrasia bem brazuca, nossas jabuticabas.
Triste, mas verdadeiro: s� a gente mesmo pra reverter o axioma cunhado pelo Nizan Guanaes, reproduzido na brava biografia dele lan�ada tamb�m esta semana pelo sempre bravo Jo�o Wady Cury: "Voc� n�o pode ser ginecologista e tarado ao mesmo tempo".
No Brasil pode.
No Brasil a nega, quer dizer, a loira mata pai e m�e e quer ficar no "Pres�dio de Caras" com seu coleguinhas transtornados. Sente-se em casa...
Sem ofensas a loiras, negas e transtornados em geral, trata-se aqui apenas de refor�ar outro lugar mais do que comum ainda: definitivamente, o Brasil n�o � para amadores.
*
O livro de que falei acima, a biografia de Nizan Guanaes, goste-se ou n�o dele, um dos mais brilhantes publicit�rios desde sempre, � um trabalho bem bacana do Jo�o Wady Cury, meu chapa multiplataforma. Chama-se "Enquanto eles choram, eu vendo len�os", � da editora Agir e est� � venda por menos de 30 pratas nas melhores casas do ramo. Diz-se que o Nizan n�o gostou muito do livro, eu gostei e ele, no fundo, deve ter adorado...
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