� jornalista e consultor na �rea de comunica��o corporativa.
Bye bye Facebook
Deu. Esgotou. Cansou. Encheu.
Vou tirar f�rias do Facebook, a rede social � qual me entreguei com prazer e dedica��o nos �ltimos quatro anos e a qual j� defendi in�meras vezes aqui como a esquina virtual da nova era, o boteco p�s-moderno, um ponto de encontro r�pido, �gil e saud�vel dos nossos novos tempos.
Aquilo que sempre louvei como uma das ferramentas mais fant�sticas criadas no mundo p�s-internet para aproximar as pessoas, fazer circular a informa��o da forma mais democr�tica, promover inclus�o digital, aparar arestas de desigualdades online, desandou num mar de baixarias inomin�veis.
Com os mais recentes cap�tulos do espet�culo em que se transformou o chamado mensal�o, a turba ignara explodiu e expandiu seus mais desprez�veis instintos, � esquerda, � direita, acima, abaixo, entre.
Em vez do prazer da troca de impress�es, a decep��o diante das iniquidades propaladas aos berros; onde antes havia solidariedade e compreens�o, hoje extravasa intoler�ncia e �dio.
D� medo...
� negro safado pra l�, � petralha maldito pra c�, � prende mata e esfola, � deixa morrer � m�ngua que est� de bom tamanho. � quem n�o est� comigo que se exploda, n�o ouse discordar, ouvir para qu�?
Pronto, deu...
A partir deste s�bado pretendo ficar ao menos uma semana ou dez dias (ou para sempre) sem nem sequer dar uma olhadinha na timeline. Postar alguma coisa, nem pensar, desperd�cio: estamos vivendo um di�logo de surdos e mudos que desprezam a linguagem dos sinais.
Certamente pouparei meu f�gado e preservarei o humor matinal (que n�o obstante continuar� agredido pelas manchetes dos jornais...); aposto que dormirei mais tranquilo e com menos decep��o com a pessoa humana desinteligente, grosseira e autorit�ria que inclusive muitos amigos de verdade se tornaram.
� isto o que est� acontecendo: o que sempre foi prioritariamente um f�rum de debates e de livre circula��o de informa��o tornou-se um desopil�dromo no qual se verte fel da mais profunda maldade rec�ndita na alma dos que supunha-se bons.
Onde havia dicas, sugest�es, compartilhamentos de boas ideias, agora predomina o desfiar de radicalismos, intransig�ncias e parvo�ces.
Em uma semana, dez dias haver� tempo suficiente para recuperar o tempo perdido: voltar � pilha de livros que se encontra meio que encalhada aqui, conversar, mais e de verdade, com as pessoas, pesquisar, ainda que na internet, caminhos que possam levar ao que o ser humano tenha um pouco de melhor do que suas certezas, suas raivas e suas intransig�ncias.
A direita feroz se equivale na esquerda cega, a intelig�ncia pol�tica se rende ao mais reles instinto policialesco e punitivo - mata, esfolha, lincha! -, e muito pouco do que se tem a dizer, do que se diz, ou se grita, hoje em dia entre os meus "amigos" do Facebook, quase nada disso me interessa.
Fui, quem sabe volte, mas desde j� carrego um gosto amargo de decep��o na garganta...
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