Vencedor de dois pr�mios Esso na Folha, atuou na cobertura de pol�tica e economia em S�o Paulo e Bras�lia.
Auditores aprovam paralisa��o e pedem exonera��o de Rachid
Em assembleia nacional conclu�da nesta quarta-feira (19), os auditores da Receita Federal decidiram oficialmente parar. Na pr�tica, j� haviam cruzado os bra�os desde a semana passada, conforme informou a coluna no �ltimo dia 13. Mobilizados pelo sindicato da categoria, o Unafisco, 5.206 auditores deram seu voto, nas delegacias sindicais espalhadas por todo o pa�s.
A participa��o foi expressiva, dado o universo de aproximadamente 12 mil auditores hoje na ativa. A ades�o ao levante tamb�m foi grande: 92% dos votantes.
Segundo a coluna apurou, os auditores v�o manter apenas os servi�os essenciais, como a libera��o nas aduanas de medicamentos, de produtos perec�veis e inflam�veis e de cargas vivas.
No acumulado at� julho, a arrecada��o de tributos neste ano teve seu pior resultado desde 2010. Em julho, houve uma queda real (j� descontada a infla��o) de 3,13% na compara��o com o mesmo m�s do ano passado.
Evidentemente, esse recuo no recolhimento de impostos e contribui��es se deve basicamente � queda da economia. Mas se h� uma categoria capaz de mitigar esse efeito (ou intensific�-lo), esse grupo s�o os auditores fiscais. Basta apertar a fiscaliza��o sobre os contribuintes ou afroux�-la.
A paralisa��o se deve a reivindica��es salariais e de valoriza��o do cargo. Na semana passada, a C�mara dos Deputados rejeitou incluir os auditores na PEC 443. A proposta de emenda � constitui��o vincula o sal�rio dos servidores da Advocacia-Geral da Uni�o e das procuradorias estaduais a 90,25% do ganho dos ministros do STF. Tamb�m beneficia delegados da Pol�cia Federal e da Pol�cia Civil dos Estados e procuradores municipais nas capitais e munic�pios com mais de 500 mil habitantes. Os fiscais da Receita foram os �ltimos a tentar entrar na PEC, que ainda precisa ser votada no Congresso –provavelmente ser� rejeitada.
Segundo o Unafisco, os auditores da Receita est�o na 26� posi��o no ranking salarial dos fiscos estaduais e federal.
"O governo jogou gasolina na fogueira ao apostar no enfrentamento com os auditores. A queda da arrecada��o vai se agravar com a paralisa��o da categoria. O [Joaquim] Levy [ministro da Fazenda] d� um tiro no p� ao n�o negociar", disse ontem o presidente da Unafisco, Kleber Cabral.
Essa n�o � a �nica dor de cabe�a para Levy em rela��o � Receita. Na assembleia nacional, os auditores deliberaram sobre outros seis temas. Entre os quais, o de pleitear o direito de eleger uma lista tr�plice para a indica��o do secret�rio da Receita, assim como os procuradores da Rep�blica selecionam o nome para o posto de procurador-geral. Em 2003, o ent�o presidente Lula passou a indicar o nome mais votado pelos procuradores.
No �ltimo item da pauta, os auditores aprovaram "a exonera��o imediata" do atual secret�rio da Receita, Jorge Rachid, e a autom�tica ado��o do sistema de lista tr�plice para a escolha de seu substituto.
Obviamente, h� uma dist�ncia muito grande entre os desejos dos servidores e a a��o do Pal�cio do Planalto. Para o ministro da Fazenda, n�o � um bom sinal ter um secret�rio do fisco que os auditores n�o reconhecem como representante da categoria.
Livraria da Folha
- Cole��o "Cinema Policial" re�ne quatro filmes de grandes diretores
- Soci�logo discute transforma��es do s�culo 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade