Vencedor de dois pr�mios Esso na Folha, atuou na cobertura de pol�tica e economia em S�o Paulo e Bras�lia.
A conta do Petrol�o tamb�m chegou para Gabrielli
A Pol�cia Federal estima que a quadrilha de Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e cia tenha desviado bilh�es de reais do caixa da Petrobras. A maior parte da pilhagem se deu na gest�o do petista Jos� S�rgio Gabrielli, que comandou a Petrobras por sete anos, entre 2005 e 2012. Foi tamb�m na era Gabrielli que a Petrobras comprou Pasadena, a sucateada refinaria instalada no Texas (EUA).
O Tribunal de Contas da Uni�o avaliou as perdas da Petrobras com Pasadena em US$ 792 milh�es. Nesta quarta (17), a Controladoria Geral da Uni�o chegou �s mesmas conclus�es do TCU: Pasadena foi um desastre e ocasionou preju�zo de US$ 659 milh�es � petrol�fera brasileira –a diferen�a entre as estimativas n�o altera a ordem de grandeza das perdas.
Gabrielli n�o concorda com a apura��o dos dois �rg�os. Em depoimento � CPI mista da Petrobras no Congresso, em junho deste ano, Gabrielli defendeu a aquisi��o. Disse que Pasadena foi um bom neg�cio, que foi "barata, abaixo do pre�o do mercado".
Segundo a revista "Veja", o doleiro Alberto Youssef, em depoimento prestado � Justi�a como parte do acordo de dela��o premiada, relatou um epis�dio que afirmou ter ocorrido no final do governo Lula. Youssef contou ter sido convocado por Gabrielli para acalmar uma empresa de publicidade que amea�ara denunciar o esquema de corrup��o na estatal. Segundo o doleiro, a empresa reclamava ter pago propina a pol�ticos, antecipadamente, e depois ter tido seu contrato rescindido.
De acordo com Youssef, Gabrielli determinou a ele que captasse R$ 1 milh�o das empreiteiras que participavam do esquema de corrup��o na Petrobras para comprar o sil�ncio da empresa de publicidade. Na dela��o premiada, o colaborador precisa dar provas do que diz, sob o risco de perder os benef�cios do acordo. N�o se sabe se Youssef j� apresentou provas sobre esse epis�dio. Portanto n�o se pode afirmar que o doleiro diz a verdade sobre Gabrielli.
Ainda assim, os fatos ocorridos na gest�o do ex-presidente da estatal s�o muito fortes, e Gabrielli vinha passando ileso at� aqui no esc�ndalo do Petrol�o. Nesta semana, a mar� come�ou a virar contra ele.
Na ter�a (16), o Minist�rio P�blico do Rio de Janeiro entrou com uma a��o civil p�blica contra Gabrielli, o ex-diretor Renato Duque e seis outros gerentes e funcion�rios da empresa, por improbidade administrativa, sob a suspeita de irregularidades nas obras de amplia��o do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobras) e do Centro de Processamento de Dados da companhia.
Os promotores respons�veis pelo caso tamb�m pediram o bloqueio de bens e a quebra de sigilos banc�rios e fiscais relativos ao per�odo em que os ex-dirigentes ocuparam os cargos.
No dia seguinte, a CGU, na mesma auditoria que estimou as perdas com Pasadena em US$ 659 milh�es, determinou � Petrobras que instaure processos para cobrar os preju�zos de 22 pessoas apontadas como respons�veis pela aquisi��o da refinaria, entre as quais Gabrielli. Se for considerado culpado na esfera administrativa por essas perdas, Gabrielli pode ser impedido de ocupar cargos p�blicos, o que seria um golpe em suas pretens�es pol�ticas. Gabrielli � secret�rio de Planejamento da Bahia e j� sonhou em ser governador do Estado.
Que a Justi�a no esc�ndalo da Petrobras, j� considerado o maior caso de corrup��o do pa�s, seja aplicada a todos aqueles que assaltaram e que permitiram o assalto ao caixa da companhia, sem distin��o de cargos nem colora��o partid�ria. E tamb�m sem bravatas, como Pasadena ter sido um bom neg�cio.
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