Vencedor de dois pr�mios Esso na Folha, atuou na cobertura de pol�tica e economia em S�o Paulo e Bras�lia.
Paulo Roberto Costa e o mist�rio da Petros
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa declarou � Receita Federal, em 2011, que no ano anterior havia feito um aporte de R$ 29,945 milh�es na Petros, o fundo de pens�o dos funcion�rios da estatal petrol�fera. Posteriormente, Costa fez uma retifica��o de sua declara��o, e manteve a informa��o do aporte milion�rio.
O caso chamou a aten��o dos auditores do fisco, conforme revelado pela Folha no m�s passado. "Importante destacar que, na DIRPF [declara��o de Imposto de Renda da Pessoa F�sica] do ano-calend�rio 2010, Paulo Roberto Costa informou elevado pagamento � Funda��o Petros [...], no valor de R$ 29.945.480,00", ressaltaram os t�cnicos da Receita em um dos documentos sobre a evolu��o patrimonial de Costa.
Os auditores suspeitam que esse dinheiro, caso exista, teria origem em propina e que Costa teria usado a Petros para lavar os recursos. Pela lei de Combate � Lavagem de dinheiro, aportes financeiros em fundos de previd�ncia em valores superiores a R$ 50 mil t�m de ser informados ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Come�a a� um mist�rio. Costa informou ao fisco (e depois reconfirmou) ter feito um aporte de R$ 29,945 milh�es na Petros –valor quase seiscentas vezes superior ao limite de R$ 50 mil definido em lei.
Segundo a coluna apurou, a Petros n�o informou ao Banco Central nem ao Coaf esse aporte milion�rio que Costa declarou � Receita ter feito no fundo dos funcion�rios da Petrobras.
Procurada pela coluna, a Petros informou que n�o poderia dar detalhes sobre aportes realizados pelos participantes da funda��o, por se tratar de informa��o protegida por sigilo fiscal. Mas a funda��o afirmou que informa, rigorosamente, todos os aportes acima de R$ 50 mil ao Coaf.
Preso pela Pol�cia Federal na Opera��o Lava Jato, Costa assinou com o Minist�rio P�blico um acordo de dela��o premiada, pelo qual concordou em colaborar nas investiga��es. Ele tamb�m aceitou devolver R$ 70 milh�es, entre dinheiro e bens, devido � sua participa��o em crimes ligados � estatal.
A maior parte desse dinheiro (R$ 63,2 milh�es) est� no exterior. Assim, pode-se afirmar que esse aporte na Petros informado ao fisco est� fora do acordo de dela��o premiada.
Das duas uma: ou Paulo Roberto Costa errou em sua declara��o do Imposto de Renda o valor, para mais, do aporte feito na Petros, e manteve o erro na retificadora, ou a Petros, por alguma raz�o, preferiu n�o prestar essa informa��o ao BC e ao Coaf. Se a segunda hip�tese for a verdadeira, ter� a Petros protegido Paulo Roberto Costa?
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