Vencedor de dois pr�mios Esso na Folha, atuou na cobertura de pol�tica e economia em S�o Paulo e Bras�lia.
Segundo de Mantega entrou no radar do Coaf
O secret�rio-executivo do Minist�rio da Fazenda, Paulo Caffarelli, entrou no radar do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, �rg�o subordinado � Fazenda para coibir a lavagem de dinheiro. Caffarelli foi parar nos controles do Coaf por ter em seu nome registros, num per�odo de 12 anos, de 19 transa��es imobili�rias, sendo 16 relacionadas a aquisi��es –o equivalente a mais de uma por ano.
Al�m disso, Caffarelli fez mais tr�s opera��es de aliena��o de im�veis no per�odo, compreendido entre 1999 e 2011, e em 2012 contratou seguro para cobertura no valor de R$ 4,13 milh�es. Durante esse per�odo, Caffarelli estava no Banco do Brasil, onde entrou por concurso, tendo chegado ao posto de vice-presidente.
O Coaf recebeu essas informa��es de forma autom�tica das institui��es financeiras e dos agentes cartoriais. Ou seja, n�o significa que Caffarelli tenha cometido algum tipo de irregularidade. As seguradoras, por exemplo, comunicam ao conselho qualquer ap�lice acima de R$ 1 milh�o.
"Em rela��o �s opera��es imobili�rias no per�odo de dezembro de 1999 a novembro de 2011, o secret�rio esclarece que na verdade realizou um n�mero de transa��es no per�odo bem menor do que os 19 registros mencionadas. Isso porque o secret�rio possui propriedade rural em C�ndido de Abreu (PR), em sociedade com seus dois irm�os, que foi sendo constitu�da desde 2007 e possui v�rias matr�culas. Somente um dos lotes que comp�e esse im�vel tem oito registros de matr�cula. O valor declarado de 1/3 de sua parte ideal � de R$ 111.200,00", informou � coluna a assessoria da Fazenda.
Caffarelli � um dos cotados na esplanada para substituir o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, que deve ser substitu�do pela presidente Dilma Rousseff at� o final do ano. Caffarelli e Bendine s�o muito pr�ximos.
"� importante informar ainda que todas as informa��es sobre essa e as demais propriedades do secret�rio constam de suas declara��es de Imposto de Renda, encaminhadas anualmente para a Comiss�o de �tica P�blica (CEP), conforme legisla��o vigente. A CEP tamb�m recebe, em formul�rio pr�prio detalhado, todas as informa��es patrimoniais de Caffarelli", completou a assessoria da Fazenda.
Posteriormente � publica��o deste texto, a Cia. de Seguros Alian�a do Brasil encaminhou para a coluna a seguinte explica��o: "Gostaria de esclarecer que o Sr. Paulo Caffarelli possu�a, em 2012, seguro residencial conosco com vig�ncia de 23/05/2012 a 23/05/2013 e que, por erro nosso, foi reportado em duplicidade ao COAF, dobrando assim o valor total de cobertura do mesmo".
Desse modo, segundo a Alian�a do Brasil, o valor da ap�lice seria R$ 2,065 milh�es.
A Coluna n�o conseguiu confirmar que tipo de encaminhamento o Coaf deu a partir das informa��es que recebeu sobre Caffarelli.
Em 2010, Bendine havia indicado Caffarelli para assumir a presid�ncia da Previ, o fundo de pens�o dos funcion�rios do BB –um colosso com patrim�nio superior a R$ 170 bilh�es. Caffarelli foi abatido em pleno voo ap�s ter sido alvo de um dossi� que circulou no banco e foi encaminhado para o Pal�cio do Planalto e para o gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega, seu atual chefe direto.
Conforme a Folha revelou na ocasi�o, em agosto daquele ano, o dossi� trazia acusa��es de tr�fico de influ�ncia no BB contra a filha de Mantega, a modelo Marina. Na �poca, o governo identificou no documento, ap�crifo, as digitais da ala do PT egressa do sindicalismo banc�rio.
O objetivo era for�ar o ministro a desistir de nomear Caffarelli para a presid�ncia da Previ. O documento relatava que Marina havia se encontrado com Caffarelli v�rias vezes, dentro da sede do BB em S�o Paulo, para encaminhar pleitos diversos. Na ocasi�o da reportagem, Caffarelli confirmou � Folha que os encontros realmente ocorreram. Marina, no entanto, negou.
Caffarelli admitiu ter recebido Marina em tr�s ocasi�es e contou quais foram os pedidos. Mas afirmou que nenhum foi levado adiante.
Na vers�o de Caffarelli, o primeiro pedido foi para a abertura de conta para a loja de uma amiga. No segundo caso, ela teria solicitado informa��es sobre uma linha de cr�dito para exporta��o de frango. Na terceira, queria renegociar d�vidas de uma empresa.
No �ltimo epis�dio, tratava-se da Gradiente. Marina namorava um dos s�cios da empresa, Ricardo Staub.
Apenas pessoas de dentro da m�quina p�blica saberiam dos encontros de Marina com Caffarelli, que acabou preterido por ordem do Planalto. Os banc�rios tamb�m sa�ram enfraquecidos do epis�dio. O nome por eles defendido para assumir a presid�ncia da Previ, Jo�lson Ferreira, n�o foi escolhido.
Tr�s anos e meio depois, em fevereiro deste ano, Mantega al�ou Caffarelli ao posto de secret�rio-executivo da Fazenda, o segundo da pasta, no lugar de Nelson Barbosa, que sa�ra ap�s desentendimentos com Mantega. Barbosa, agora, � cotado para substituir Mantega. O mundo d� voltas.
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