Vencedor de dois pr�mios Esso na Folha, atuou na cobertura de pol�tica e economia em S�o Paulo e Bras�lia.
Lindbergh: um petista atr�s do poste
Lindinho. � dessa forma que o senador Lindbergh Farias � chamado, carinhosamente, pelos amigos mais pr�ximos. O apelido vem desde os tempos de carism�tico l�der estudantil, que presidiu a UNE (Uni�o Nacional dos Estudantes) e comandou os caras-pintadas nas manifesta��es de rua contra o ent�o presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
O diminutivo cai bem a Lindbergh nestas elei��es.
O senador petista saiu da corrida ao governo do Rio muito menor do que entrou. Ele teve 798 mil votos (o equivalente a 10% dos votos v�lidos), menos de um quinto do que registrou para o Senado em 2010, 4,312 milh�es. Agora em 2014, ficou emparelhado com o diminuto Tarc�sio Motta (712 mil votos), do PSOL. Foi o segundo pior desempenho de um postulante do PT a governador, na frente apenas do desconhecido Roberto Carlos, do Esp�rito Santo, com 6,01% dos votos v�lidos.
Lindbergh teve quase a metade, em termos percentuais, de sua contraparte paulista, Alexandre Padilha (18,22%), o "poste" da vez escolhido pelo ex-presidente Lula. Ex-ministro da Sa�de, Padilha � um ne�fito em corridas eleitorais, com muito menos rodagem do que Lindbergh na vida pol�tica. Padilha ficou em 3� em S�o Paulo. Lindbergh, em quarto no Rio.
Morador do Leblon, o metro quadrado mais caro do Brasil, Lindbergh concentrou sua campanha nas regi�es mais pobres da capital e da regi�o metropolitana. Ainda antes do per�odo oficial da elei��o, emulou uma esp�cie de "caravana da cidadania" por diversas cidades do Estado. Lindbergh dizia que n�o iria privilegiar o "Rio do cart�o postal", mas sim o "Rio esquecido".
Antes de se eleger senador, foi prefeito de Nova Igua�u, um dos principais munic�pios da Baixada Fluminense. Em 2008, foi reeleito prefeito no primeiro turno. Era de se esperar que obtivesse vota��o expressiva na Baixada. Mas n�o foi exatamente o que ocorreu. Lindbergh angariou 20% dos votos v�lidos em Nova Igua�u, atr�s de seus concorrentes Luiz Fernando Pez�o (PMDB) e Anthony Garotinho (PR), respectivamente, com 32% e 24%.
Pez�o foi prefeito de Pira�, onde registrou 78% dos votos v�lidos. O cl� Garotinho manda no munic�pio de Campos h� muitos anos. L�, Garotinho teve 36,7%.
Lindbergh apostou na campanha da "cidade partida", t�tulo do livro do jornalista e escritor Zuenir Ventura. No livro, Zuenir retrata as discrep�ncias entre a realidade de moradores de uma favela e dos habitantes da zona sul do Rio. As urnas mostraram que esse recorte n�o convenceu nem os "nobres" vizinhos do bairro de Lindbergh nem os moradores das regi�es de renda mais baixa, como Nova Igua�u. Que o exemplo de Lindbergh sirva de li��o para os demais pol�ticos, para que conduzam suas campanhas e governos para todos os seus eleitores.
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