Vencedor de dois pr�mios Esso na Folha, atuou na cobertura de pol�tica e economia em S�o Paulo e Bras�lia.
PSB rachado no 2� turno
"Eu, particularmente, vou me empenhar para manter a nossa base partid�ria unida." A frase dita � Folha pelo presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, minutos ap�s votar neste domingo (5), sintetiza o estado de esp�rito do partido para o segundo turno da elei��o presidencial. Vai se empenhar para manter unida por saber estar rachada.
Amaral n�o esconde de ningu�m sua predile��o pelo PT. Quando Eduardo Campos ainda estava vivo, eram fortes os rumores de que preferia apoiar Dilma a lutar por uma candidatura pr�pria do PSB. No come�o do ano, Amaral protagonizou alguns epis�dios de "governismo", causando inc�modo a Campos e � ala do partido fechada com o ex-governador pernambucano. Em fevereiro, Amaral foi � festa de dez anos do PT e fez elogios ao governo federal em um discurso.
No m�s seguinte, Amaral chegou a confirmar presen�a em outra festa petista. A rea��o negativa no partido a sua postura o obrigou a cancelar a viagem. Quando Campos morreu, num acidente de avi�o em agosto, Amaral n�o abra�ou automaticamente a candidatura de Marina. Os boatos de que ele jogava contra a ex-ministra do Meio Ambiente eram t�o fortes que ele se sentiu no dever de dar a seguinte declara��o: "Se eu tivesse conspirado contra Marina, ela n�o seria candidata".
J� desgastada pelas sucessivas quedas apontadas pelos institutos de pesquisa, Marina fez seu �ltimo evento de campanha, na sexta-feira (3), no Rio, sem o apoio da c�pula do PSB. Nem Amaral, que mora no Rio, nem o vice-presidente nacional do partido, Rubens Bomtempo, nem o candidato ao Senado Rom�rio a prestigiaram num trajeto de menos de um quil�metro na Tijuca, zona norte da cidade.
Na noite deste domingo (5), j� fora do segundo turno, Marina deu sinais de que pretende apoiar A�cio Neves (PSDB), apesar de n�o ter mencionado o nome do tucano. "O Brasil sinalizou claramente que n�o concorda com o que est� a�" e que reivindica uma "mudan�a qualificada", disse ela, referindo-se de forma velada � Dilma Rousseff e ao PT.
Marina foi duramente castigada por Dilma e pelo PT durante a campanha. Acusaram-na de ser financiada por banqueiros, de ter feito alian�as com defensores da ditadura militar, de mudar de opini�o por casu�smo e at� mesmo de mentir. At� mesmo Lula, de quem foi ministra do Meio Ambiente por mais de cinco anos, n�o a poupou. Marina chegou a chorar ao saber de coment�rios sarc�sticos feitos por Lula, na linha de "n�o se inventa candidatura de �ltima hora". Logo ap�s votar, Lula soltou mais uma contra Marina, ainda que n�o tenha pronunciado seu nome: "Quem tinha de falar j� falou, quem tinha de gritar j� gritou, quem tinha de chorar j� chorou.
Agora, todo mundo se subordina � consci�ncia pol�tica do povo que vai votar".
Integrantes da c�pula do PSB ligados a Amaral pediram ao PT neste domingo que fa�am afagos em Marina para tentar atra�-la para o colo do partido no segundo turno, marcado para o dia 26 deste m�s. Pelo cenho de Marina nos �ltimos dias, ser� preciso muito mais de tr�s semanas para a ex-ministra de Lula digerir a enorme m�goa acumulada contra o PT.
Marina reuniu seus principais interlocutores ontem (6) e marcou para a noite desta ter�a (7) um encontro da Rede (seu partido que n�o saiu do papel) para definir a posi��o de seu grupo pol�tico. J� o PSB de Amaral far� outro encontro separadamente.
A fam�lia de Eduardo Campos por sua vez, a come�ar pela vi�va Renata, j� sinalizou que vai apoiar A�cio.
Por maior que seja o empenho de Amaral, � quase imposs�vel o PSB caminhar unido neste segundo turno.
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