Vencedor de dois pr�mios Esso na Folha, atuou na cobertura de pol�tica e economia em S�o Paulo e Bras�lia.
Dilma e os deveres de um conselheiro
A presidente Dilma Rousseff � f� fervorosa da velha t�tica de atacar para se defender. Em pelo menos duas ocasi�es nestas elei��es, ela levantou o caso do afundamento da plataforma P-36, em 2001, como fr�gil tentativa de rebater a sucess�o de den�ncias de corrup��o na Petrobras durante seu governo e do ex-presidente Lula.
No final do segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a plataforma explodiu e afundou. At� ent�o, a P-36 era considerada a maior plataforma de explora��o de petr�leo do mundo.
"Eu lamento profundamente a tentativa, a cada elei��o, de se fazer primeiro uma CPI da Petrobras e, segundo, de criar esse tipo de problema. Eu me pergunto: por que ningu�m investigou o afundamento da maior plataforma de petr�leo [P-36 em 2001], que custava 1,5 bilh�o de d�lares?", questionou Dilma, num evento de campanha no final do m�s passado.
Na sabatina promovida pelo jornal "O Estado de S. Paulo" na segunda-feira, ela voltou a carga. "Ela afundou no governo FHC, e ningu�m investigou."
O epis�dio da P-36 foi investigado, sim. A ANP (Ag�ncia Nacional do Petr�leo) e a Marinha investigaram conjuntamente. Uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito na Assembleia Legislativa do Rio idem. E a pr�pria Petrobras tamb�m fez seu relat�rio.
Dilma Rousseff foi presidente do Conselho de Administra��o da Petrobras do come�o do governo Lula (2003) at� 2010, ano em que foi eleita presidente da Rep�blica. O artigo 142 da Lei das S.A (6.404) trata dos deveres dos conselheiros de empresas de capital aberto, como a Petrobras.
Reda��o do inciso III: "fiscalizar a gest�o dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e pap�is da companhia, solicitar informa��es sobre contratos celebrados ou em via de celebra��o, e quaisquer outros atos;"
Se Dilma n�o estava satisfeita com o resultado das investiga��es, realizadas por tr�s inst�ncias distintas, ela poderia, muito bem, ter solicitado nova apura��o do caso. Ressalte-se: "examinar a qualquer tempo". Dilma teve sete anos para examinar as causas do afundamento. Examinou? O colunista fez essa pergunta � Presid�ncia da Rep�blica, que por sua vez repassou os questionamentos para a Petrobras. A Petrobras, at� o fechamento deste texto, tamb�m n�o respondeu.
Essa � uma boa pergunta para a presidente Dilma responder a seus eleitores: examinou ou n�o examinou? Se n�o examinou, por que s� agora pede uma investiga��o?
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