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Ex-secret�rio de Reda��o da Folha, jornalista, coautor de 'Como Viver em SP sem Carro', faz pesquisas no Warburg Institute, em Londres, com o apoio da Capes. Escreve �s segundas.
Cidades discutem regras para carros aut�nomos, que j� chegam com tudo
Divulga��o - 16.ago.16 | ||
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Ford testa carro aut�nomo em Michigan, nos Estados Unidos |
Carros aut�nomos com diferentes tecnologias j� est�o circulando em v�rias partes do planeta, em ruas de grandes cidades e estradas no campo. Um caminh�o aut�nomo j� rodou cerca de 200 km nos Estados Unidos para fazer a entrega de uma grande carga de cerveja. Embora muito recentes, ve�culos sem motoristas s�o uma realidade crescente. E, no entanto, os pa�ses ainda n�o discutiram leis para reger seu tr�nsito.
Por isso, as funda��es norte-americanas Bloomberg e Aspen criaram um f�rum de dez grandes cidades do planeta para estudar os ve�culos sem motoristas e debater as consequ�ncias da entrada em cena de para as mais diferentes �reas de seu funcionamento. S�o Paulo foi convidada a participar da "Iniciativa Bloomberg Aspen sobre Cidades e Ve�culos Aut�nomos", ao lado de Londres, Paris, Buenos Aires, Helsinque (Finl�ndia), Tel Aviv (Israel), al�m das norte-americanas Washington DC, Austin, Los Angeles e Nashville.
O secret�rio de Transportes paulistano, S�rgio Avelleda, est� em Nova York onde desde s�bado (4) at� ter�a (7), acontece a primeira confer�ncia de representantes das dez cidades. Depois desse encontro, as trocas de informa��es sobre desafios e melhores pr�ticas dever�o continuar de forma remota.
Avelleda falou � coluna ap�s a primeira sess�o do encontro. Disse que est�o na pauta dos trabalhos discuss�es sobre in�meros desafios colocados para as cidades pelas novas tecnologias, a come�ar pela implanta��o de regras que n�o reprimam o desenvolvimento dos ve�culos aut�nomos, pois eles t�m grande potencial de ser mais eficientes em termos de energia e uso racional dos espa�os urbanos.
Bruno Santos - 20.de.16/Folhapress | ||
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S�rgio Avelleda, secret�rio municipal dos Transporte de S�o Paulo |
No in�cio do s�culo 20, quando os primeiros autom�veis se popularizaram, as cidades tiveram o desafio de criar uma legisla��o para eles, pois as vias p�blicas tinham sido concebidas para pedestres, cavalos e ve�culos puxados por animais. Cem anos depois, vivemos um momento semelhante diante da imin�ncia de uma "nova revolu��o industrial", como define Avelleda.
O secret�rio cita o exemplo das empresas de seguros: "Hoje o risco incide sobre pessoas, donos dos carros e motoristas. Agora, passar� a empresas que produzem o carro, porque os humanos viram passageiros apenas". Mudar� radicalmente tamb�m a demanda por estacionamentos: o carro aut�nomo poder� levar pessoas ou cargas de um ponto a outro e, em seguida, partem para outra miss�o, circulando sem parar pela cidade. Os ve�culos n�o precisar�o de estacionamento. "N�s temos que decidir como ser� a apropria��o p�blica do espa�o das vagas usadas para estacionamento", diz Avelleda. A redu��o dos estacionamentos trar� uma vantagem adicional: em m�dia, cerca de 20% do tempo que um carro circula � dedicado a encontrar lugar para parar.
Perguntado quando ele acha que os carros aut�nomos v�o ser uma realidade presente na cena urbana das grandes cidades, Avelleda diz que os estudos apresentados na confer�ncia apontam o ano de 2030. "Mas eu acho que ser� muito antes, algo como cinco a sete anos", diz.
Genericamente, h� duas formas de tornar um carro aut�nomo: com equipamentos "terrenos" ou "satelitais" (o neologismo � meu). No primeiro caso, o carro tem sensores que interagem com elementos implantados nas cal�adas, nos sem�foros, nos outros ve�culos. O segundo caso, em que o carro do Google � o paradigma, o ve�culo � dirigido por equipamentos que interagem com sat�lites e um mapeamento minucioso dos locais, feito previamente.
No primeiro modelo, os equipamentos de navega��o s�o mais baratos mas demandam investimento em infraestrutura nos locais p�blicos, implantada por governos ou empresas antes da chegada dos carros. Avelleda compara esses equipamentos aos que h� bastante tempo s�o usados por trens de metr�. J� o modelo dirigido por sat�lite resulta em carros mais caros (a "tecnologia embarcada" � mais sofisticada e hitec) mas menos investimento p�blico, pois ele tem todas as rotas do planeta em seu banco de dados.
As decis�es dos representantes das dez grandes cidades v�o refletir sobre essa op��o, por exemplo. E o que decidirem poder� implicar uma velocidade maior ou menor de implanta��o de uma numerosa frota de ve�culos aut�nomos.
A funda��o Bloomberg Philanthropies foi criada pelo magnata de m�dia Michael Bloomberg, que, depois de enriquecer como dono de uma ag�ncia de not�cias, foi prefeito de Nova York por 12 anos, com elogios frequentes � direita e � esquerda. A institui��o se dedica ao apoio de iniciativas relacionadas � gest�o das cidades. Em S�o Paulo, apoia projetos de redu��o de acidentes de tr�nsito, em um acordo firmado durante a gest�o de Fernando Haddad (2013-2016) e renovado pela nova administra��o.
A principal parceria � o projeto de interven��es para "acalmar o tr�nsito" na regi�o de S�o Miguel Paulista, que tem 20 vezes mais atropelamentos do que a m�dia da cidade. O plano est� pronto, a secretaria municipal deve divulg�-lo ainda em mar�o e buscar� patrocinadores para as obras civis. O tra�ado de cruzamentos ser� alterado, cal�adas ser�o alargadas e algumas ruas se tornar�o cal�ad�es. Em seguida, Avelleda diz que pedir� apoio semelhante da Bloomberg para as outras dez �reas mais perigosas da cidade.
E voc�, est� pensando em comprar um carro? Pense bem: ele logo pode virar sucata semelhante aos cavalos no in�cio do s�culo 20.
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