Para sorte de Abel Ferreira, ele estava suspenso por mau comportamento e perdeu a chance de ser expulso novamente na Arena da Baixada.
Porque o Palmeiras teve grave prejuízo quando, logo no quarto minuto do jogo contra o Athletico, o zagueiro paranaense fez pênalti estúpido em Endrick e não foi expulso.
Verdade que mesmo assim o alviverde pôs 2 a 0 de frente, mas, ao ter Garcia expulso, no lance que originou o 2 a 1, não suportou a pressão e acabou tomando o empate em 2 a 2.
Aquela que seria vitória redentora depois de duas derrotas no Campeonato Brasileiro virou empate frustrante, pois o deixou a distantes dez pontos do líder Botafogo, que, sem Luís Castro e com Cláudio Caçapa, atropela quem encontra, como fez com o Vasco ao derrotá-lo por 2 a 0.
Onze vitórias em 13 jogos é coisa para se guardar no fundo do peito Glorioso e para louvar Tiquinho Soares, o nome do Brasileirão.
Gosto & Desgosto
Dá gosto ver a capacidade do Bragantino em tocar a bola e envolver seus adversários, que o digam o Flamengo e o Corinthians.
Deu sorte o alvinegro que a pontaria bragantina não estava tão afiada como contra os rubros-negros. Estivesse, e o 1 a 0 de Itaquera seria parecido com o 4 a 0 de Bragança.
Dá desgosto profundo ver a que está reduzido o Corinthians, mesmo em seu moderno estádio tomado por mais de 42 mil fiéis e uma garotada disposta a suar sangue, mas reféns de discurso superado do técnico e vítimas da pior gestão em muitos anos no Parque São Jorge.
Ou acontece um choque de gestão de baixo para cima ou a Série B passa a ser mesmo o fim.
O gol, cadê o gol?
Por que anda tão difícil para o São Paulo fazer gols? Será o calendário que impede que se treinem finalizações? Será a bola que não se encaixa bem nos pés de seus jogadores? Ou o pé de seus jogadores que não se encaixam com jeito na bola? Talvez seja a timidez de jogar no Morumbi sempre com mais de 50 mil tricolores?
Ora, diabos, o que deveria ser quase uma goleada sobre o Fluminense se transformou em sofrimento, e o único gol, de Luciano, o da justíssima vitória, saiu já quando parecia que o time poderia jogar até o dia seguinte sem sucesso.
Está bem, Calleri não jogou, mas está na hora de os jogadores são-paulinos botarem os pés na forma, como se dizia nos tempos de Gino Orlando, Serginho Chulapa e Luis Fabiano.
Também o Inter padece do mesmo mal, e o Cruzeiro não lhe fica atrás.
O 0 a 0 entre ambos provou eloquentemente a falta de apuro na hora de convencer a pelota a deitar na rede.
Primeiramente por parte dos mineiros, mesmo no Beira-Rio. Depois foi a vez de os gaúchos, com um jogador a mais, perderem gols em profusão.
Saudades de Tostāo e Dirceu Lopes. De Claudiomiro e Leandro Damião.
Treinamento, intimidade com a bola, frieza quando sob os olhos da multidão? O que falta?
Arrependimento mata?
Por circunstâncias pessoais, não foi possível acompanhar, ao mesmo tempo, a seleção brasileira de mulheres contra as chilenas, em sua despedida antes da Copa do Mundo.
Enquanto deu, estava muito mais divertido ver nossas meninas vencerem por 1 a 0 (acabou 4 a 0) do que ver, por obrigação de ofício, a primeira vitória do Bragantino fora de casa e a primeira derrota do Corinthians dentro de casa.
Se arrependimento matasse, a rara leitora e o raro leitor não estariam lendo estas mal traçadas.
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