Nem todos os cabeçudos são bolsominions, mas todos os bolsominions são cabeçudos, para começar a coluna com urbanidade, sem chamá-los de imbecis, idiotas, ogros, insensíveis, fascistoides.
Não aqui, afinal, um espaço para falar de futebol.
Daí que a seleção brasileira jogou no Mineirão contra a paraguaia e goleou: 4 a 0.
OK, OK, OK, golear, em casa, o time em penúltimo lugar nas Eliminatórias, e já sem chances de disputá-la, não chega a ser nenhuma façanha, longe disso.
Ocorre que o time de Tite vinha enfrentando equipes até mais fracas e vencia sem convencer. Assim aconteceu contra a atual lanterna Venezuela, no Morumbi, quando a vitória apenas por 1 a 0 só foi alcançada já na metade do segundo tempo, gol de Roberto Firmino.
A goleada em Belo Horizonte poderia até nem ter acontecido, com dois gols nos últimos minutos, quando os adversários pareciam muito mais preocupados com o jantar depois do jogo do que em disputar o tempo restante.
As queixas, mais do que justas e obrigatórias da crítica, davam-se não pelos resultados, mas pelos desempenhos.
Tivesse terminado com 2 a 0 sobre o Paraguai, a vitória se limitado aos gols de Raphinha e de Philippe Coutinho, o resultado não teria retratado o desempenho da equipe, e nem por isso a atuação deveria deixar de ser elogiada por quem a criticava.
Além do mais, ao menos dois de seus jogadores, Antony e Gabriel Jesus, manifestaram-se indignados sobre o bárbaro assassinato do congolês Moïse Mugenyi, sinal de que as coisas estão mudando no Brasil.
E outubro está chegando para começar a reconstrução do país.
Marquinhos jogou uma barbaridade e deu os passes para os dois primeiros gols, meio zagueiro, meio meio-campista que é; Lucas Paquetá e Philippe Coutinho se movimentaram e criaram com leveza; Raphinha mostrou ao Mineirão que ele, sim, tem alegria nas pernas, não aquele Bernard de oito anos atrás; Vinicius Junior e Antony enlouqueceram seus marcadores, além da farta distribuição de chapéus, canetas, rolinhos, enfim, de lances que tornaram agradável uma noite de futebol da qual pouco ou nada se esperava.
Mais chatos do que muitos dos jogos recentes da seleção apenas e tão somente os cabeçudos de plantão.
Em tempo: seria um prazer achar um motivo que fosse para elogiar o presidente que nos infelicita. Mas não há. Nenhum.
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