Nenhum jogo decisivo dos torneios mais importantes disputados por times brasileiros na temporada de 2020 foi bom.
Foram ruins os jogos do Brasileirão e também o da Libertadores. Provavelmente porque estádios vazios não colaborem.
Felizmente, o da Copa do Brasil tratou de ser diferente.
Sobraram chances de gols, emoções, boas jogadas, tudo com lealdade, com o Grêmio lembrando aqueles bons momentos de passado recente e com o Palmeiras sem se acomodar com o empate que significaria o título.
O 0 a 0 do primeiro tempo não exprimiu o que foi o jogo e prometeu a segunda etapa que vimos.
Enquanto Pepê, vendido ao Porto, decepcionava, Wesley e Raphael Veiga sobravam. E foi com passe do segundo para o primeiro que o Palmeiras fez 1 a 0 logo no começo dos 45 minutos finais e com outro de Willian para Gabriel Menino, no fim, para fazer o 2 a 0.
Wesley, por sinal, andou fazendo muita falta ao campeão estadual, continental e, agora, nacional. Ainda no primeiro tempo ele amarelou a dupla de zaga gaúcha.
Se o time merece ser ovacionado, aplausos também para a diretoria palmeirense que apelou ao torcedor para não aglomerar em torno do estádio –pena não ter sido ouvida por alguns.
O Palmeiras fecha a temporada em grande estilo com três taças das cinco que disputou, façanha única de clube brasileiro em 2020.
É improvável que neste 2021 tenhamos a volta do torcedor aos estádios, mas ficou provado que dá para ter bons jogos mesmo sem a presença da razão de ser do futebol.
SÃO 4, SAN 0
O dilúvio no Morumbi impediu que houvesse futebol no primeiro tempo do SanSão, mas não impossibilitou a enxurrada de gols tricolores no segundo.
O encontro marcado entre os treinadores argentinos Hernán Crespo e Ariel Holan terminou muito bem para o são-paulino, que teve a coragem de trocar o zagueiro equatoriano Robert Arboleda, 29, pelo também equatoriano atacante João Rojas, 31, e mudar a cara do jogo.
Por mais cedo que seja, e é, a segunda goleada seguida por 4 a 0 imposta pelo São Paulo anima o torcedor que não dera grande importância para a vitória sobre a Inter de Limeira, com dez jogadores desde os 41 minutos de jogo.
Holan tem motivos para se preocupar na reconstrução do Santos sem Lucas Veríssimo e Pituca para sempre e com Marinho vítima do novo coronavírus. Ainda mais porque já tem Libertadores nesta terça-feira (9), contra os venezuelanos do Deportivo Lara, menos mal que na Vila Belmiro.
COVID-19, SCCP 0
Em Itaquera também não houve futebol no primeiro tempo porque os dois times se recusaram a jogá-lo embora tenham feito dois belos gols.
No segundo, a tempestade botou certa emoção até a virada do Corinthians sobre a Ponte Preta: 2 a 1 inesperado para os anfitriões assolados pela pandemia com nada menos que 14 jogadores fora de combate.
Chega a ser engraçado, se não fosse trágico, falar em protocolo do futebol para enfrentar a Covid-19 diante de tais números.
Seja como for, a campanha corintiana no Paulistinha surpreende ao ganhar o quinto dos nove pontos disputados, porque contra dois times melhores, e de Série A, como Bragantino e Palmeiras, e contra o tradicional rival Ponte Preta, dois empates e a vitória.
Endividado, e às voltas com a ineficácia dos Cantillo, Luan, Otero, Cazares et caterva, o time exigirá paciência da Fiel e coragem da direção em privilegiar os títulos bancários e não os esportivos.
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