� arquiteto graduado pela USP.
Cidades tecnol�gicas
Quando surgiu o telefone, no s�culo 19, acreditou-se tempos depois que as pessoas se veriam menos, j� que seria mais pr�tico telefonar. No in�cio dos anos 2000, com a populariza��o da internet nas nossas casas, novamente os "tecnof�bicos" conclu�ram que ir�amos com pouca frequ�ncia para a rua, que nos ver�amos menos. Aconteceu o oposto.
Nunca o homem se deslocou tanto pelo planeta e as pessoas com quem mais trocamos e-mails e mensagens pelo Facebook, s�o as que tendemos a encontrar pessoalmente, no espa�o f�sico. As tecnologias digitais t�m um potencial social imensur�vel em nossas vidas e, portanto, em nossas cidades.
Vivemos em um mundo mediado o tempo todo, onde os "bites" operam de modo onipresente, em interfaces cada vez mais amig�veis, conectadas e f�ceis de dialogar.
Nossa cultura se tornou absolutamente digital, e as tecnologias parecem n�o querer mais domesticar a natureza -elas s�o naturais. Vivemos, ao mesmo tempo, a era pr�-hist�rica da tecnologia num�rica.
Sim, pasmem. Acessamos o ciberespa�o por uma interface arcaica: teclado e tela bidimensional. Mas, assistiremos nos pr�ximos anos -e como eu quero estar vivo para ver o que h� por vir-, elas migrarem para o nosso corpo, por meio de computadores de vestir. N�o carregaremos mais esse monte de fios, baterias e carregadores, e nossa pr�pria carne vai se tornar uma fonte inesgot�vel de energia para alimentar computadores ainda menores e mais org�nicos.
Para a artista e professora da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), da Universidade de S�o Paulo, Giselle Beiguelman, tais tecnologias t�m a dimens�o potencial de nos libertar e nos permitir ocupar a cidade. "O homem � um ser pol�tico, o lugar dele � na rua, n�s n�o nascemos para ficar sentados atr�s do computador", diz Giselle.
E ela alerta:"temos que confrontar o urbanismo 'botox', sem rugas, liso e perfeito, de uma cidade militarizada e de captura, evitando as arquiteturas de defesa e de controle que proliferam", conclui.
A tecnologia, portanto, nos coloca em posi��es in�ditas na cidade, gerando novos desafios aos designers e arquitetos.
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