� arquiteto graduado pela USP.
Reflex�es sobre a Bauhaus
Aproveitei o feriado para visitar a exposi��o "bauhaus.foto.filme", que apresenta cerca de cem fotos e 22 filmes dos acervos do Arquivo Bauhaus e da Funda��o Bauhaus Dessau, em cartaz no Sesc Pinheiros, em S�o Paulo, at� 4 de agosto.
A revolucion�ria escola alem� de artes visuais, design e arquitetura que funcionou de 1919 a 1933, fundada e dirigida pelo arquiteto Walter Gropius, ainda influencia nosso modo de vida e a configura��o de grande parte dos cursos de arte, design e arquitetura. Dois v�deos me hipnotizaram, pois mostravam de forma muito did�tica "as maravilhas da casa modernista".
A casa para aquele novo homem deveria ser flex�vel, amparando as diferentes atividades que acontecem nela, com m�veis multifuncionais, como o sof� que se transformava em cama e poltrona de leitura. Quase um s�culo se passou, mas incorporadoras insistem em construir apartamentos que reproduzem a triparti��o burguesa, originada no s�culo 19 na Fran�a, que compartimenta o espa�o nas �reas social, �ntima e de servi�os.
A casa-m�quina deveria organizar a vida de seus moradores regida pelo princ�pio da funcionalidade, projetada na l�gica do racionalismo, t�pico do desenvolvimento da ind�stria da �poca, especialmente da automobil�stica. O banheiro, por exemplo, seria apenas para a higiene, a su�te para dormir e a cozinha para preparar alimentos. No cotidiano dom�stico, por�m, � imposs�vel determinar se um romance vai acontecer na escada, um piquenique no tapete da sala ou o trabalho no quarto. O maior erro da arquitetura modernista foi tentar prever a imprevisibilidade da vida.
As casas dos v�deos condenavam o ornamento e tudo que n�o tinha uma fun��o era visto como excesso. Minha forma��o como arquiteto compartilhou desse princ�pio e me ensinou que "menos � mais".
No entanto, a vida tem me mostrado que o que faz de uma casa um lar � a mem�ria das coisas, paredes, janelas e objetos que carregam cenas, lembran�as, pessoas e lugares.
Assim, se um elemento construtivo emociona, j� cumpre sua fun��o. E � por isso que eu imagino que a casa no futuro n�o ser� asseada e branca como um bid� ou um iPod.
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