� arquiteto graduado pela USP.
Somos todos ciborgues
Nosso corpo e nossa subjetividade passam por uma profunda transforma��o neste momento em que quest�es org�nicas e tecnol�gicas convergem. Somos todos ciborgues.
Nosso organismo foi modificado e ampliado por meio de pr�teses tecnol�gicas, como aparelhos auditivos, lentes corretivas, marcapassos e implantes com "biochip". Submarinos nos levam ao fundo do oceano, telesc�pios ampliam nosso olhar para as estrelas e microsc�pios nos fazem enxergar nossas c�lulas.
O homem � capaz de mapear e clonar o pr�prio c�digo gen�tico e muitas fun��es vitais j� s�o replic�veis, da mesma forma que m�quinas adquirem qualidades vitais e se tornam cada vez mais amig�veis.
Engenharia gen�tica, biotecnologia, nanotecnologia, novas t�cnicas de reprodu��o, organismos transg�nicos e mapeamento do genoma s�o alguns exemplos da nossa era de controle biol�gico, que torna o homem produto de uma pr�tica h�brida entre natureza e t�cnica.
Com a internet e as tecnologias num�ricas, adquirimos autonomia em rela��o aos espa�os f�sicos --viajamos no tempo e no espa�o, trabalhamos � dist�ncia e manipulamos situa��es de forma n�o presencial.
O modo "multidirecional" de troca de informa��es, t�o caracter�stico do mundo digital, coloca em quest�o a natureza da subjetividade humana, pois o homem n�o est� mais num espa�o e num tempo est�vel e fixo, a partir do qual calcula racionalmente seus pensamentos.
A palavra ciborg (cib-ern�tico mais org-anismo) foi criada por Manfred Clynes e Nathan Kline, em 1960, em meio �s teorias do programa espacial norte-americano. O neologismo foi disseminado pela feminista socialista e historiadora Donna Haraway, em 1985, no "Manifesto Ciborgue". Ele sugere a uni�o, em um mesmo corpo, "entre o org�nico e o mec�nico, a cultura e a natureza, o masculino e o feminino, o simulacro e o original, a fic��o cient�fica e a realidade".
Como criar produtos e espa�os sem conhecer esse novo homem? Analisar as mudan�as f�sicas, ps�quicas, sensoriais e cognitivas que est�o em processo em nosso corpo expandido, sem medos ou deslumbramentos, deve ser o ponto de partida de qualquer projeto de design.
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