O lar do futuro n�o ser� minimalista, frio e asseado

Observar as transforma��es que acontecem dentro de casa pode ser um bom exerc�cio para entender em que dire��o estamos indo em rela��o � arquitetura, ao design e � tecnologia.

Nossas casas s�o constru�das hoje pela sobreposi��o de �tomos e bits. Tornaram-se h�bridas e s�o tamb�m um ponto de aglutina��o de informa��o, um lugar estrat�gico que re�ne imagens, palavras e sons vindos do ciberespa�o.

Por outro lado, a no��o de lar, tamb�m gra�as � internet, expandiu-se para territ�rios simb�licos - levo minha "casa" comigo pelo mundo, no celular, no computador, nas redes sociais.

A maior parte de n�s, no entanto, continua vivendo em resid�ncias que reproduzem o modelo tripartido do s�culo 18, que divide o espa�o em �reas social, �ntima e de servi�os em ambientes compartimentados e estanques. O formato cl�ssico foi herdado da burguesia francesa e amplamente disseminado no mundo ocidental.

Mas, se o futuro chegou, a casa que vai representar esse novo tempo dever� se basear n�o mais em c�modos e hierarquias, mas nas atividades que exercemos ali.

N�o far� sentido projetar quarto, sala e cozinha, mas sim espa�os para dormir, entreter-se, trabalhar, preparar refei��es e cuidar do corpo, por exemplo.

A casa do futuro dever� ser de fato sustent�vel. Ter� ambientes e m�veis flex�veis, que se transformar�o constantemente para se adequar �s nossas necessidades, amparando os novos grupos familiares e a diversidade que seu cotidiano exige.

Nossa casa ser� um sistema aberto, colaborativo e seremos todos co-designers desses espa�os.

Ao contr�rio do que se explorou em romances e filmes de fic��o cient�fica, o lar do futuro n�o ser� t�o minimalista, frio e asseado como imagin�vamos.

Ele ser�, mais do que nunca, um estoque f�sico e virtual de mem�rias e afetos. Uma mistura em constru��o de objetos de fam�lia, lembran�as de viagens e pessoas amadas, adicionada a interfaces digitais que nos ajudar�o a expandir e a armazenar lembran�as e sentimentos.

O futuro ser� mais aconchegante do que imagin�vamos.