Cronista, cr�tico de arte e poeta.
Profissionais da mentira
Tenho um amigo, conhecido por Gui�, para quem dizer que o PT � o partido da mentira n�o est� longe da verdade. E que os petistas nada fazem para apagar essa m� fama e, sim, pelo contr�rio, s� contribuem para confirm�-la.
A m� fama –diz o Gui�– vem de longe, desde a origem do PT, uma vez que nasceu prometendo combater a corrup��o e, mal ganhou algum poder –como em Santo Andr�–, j� come�ou a se apropriar do dinheiro p�blico, o que resultou no assassinato do prefeito Celso Daniel. Outro exemplo teria sido o esc�ndalo do mensal�o, que envolveu o alto escal�o do partido, inclusive o pr�prio Lula, que, gra�as � mentira reinante entre os petistas, conseguiu se safar.
Da� em diante –afirma esse amigo–, a mentirada petista s� se confirmou e ampliou, ficando claro que, em vez de combater a corrup��o, o PT se revelou o respons�vel pelos mais espantosos exemplos de apropria��o venal de dinheiro p�blico de que se tem conhecimento na hist�ria brasileira.
A revela��o mais recente, que teve como protagonista o ex-ministro Paulo Bernardo, revela o desvio de taxas pagas por servidores p�blicos em empr�stimos consignados e que atingiu o montante de R$ 100 milh�es. Esse dinheiro foi dado parte a pol�ticos e parte ao cofre do PT. Mas os dirigentes petistas alegam ser tudo inven��o dos advers�rios.
Pois bem: pode haver mentira maior do que afirmar que o impeachment de Dilma � um golpe? Vamos por partes: um golpe dado por quem, j� que o processo de impeachment n�o partiu de nenhum partido? Um dos fundadores do PT, o jurista H�lio Bicudo, � um dos autores dessa a��o penal, acompanhado por duas outras figuras que n�o pertencem a nenhum partido pol�tico, Miguel Reale J�nior e Jana�na Paschoal.
Por outro lado, a acusa��o de ter a presidente Dilma cometido crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal foi reconhecida por juristas e t�cnicos da �rea fiscal do governo. Os partidos somente passaram a atuar no processo depois que a acusa��o foi aceita pela C�mara de Deputados, argumenta o Gui�
Al�m disso, o procedimento s� teve curso depois que o STF definiu as normas a serem seguidas, de acordo com a lei. Onde est�, ent�o, o golpe que o PT alardeia? Simplesmente n�o est�, porque � apenas mentira, diz esse meu amigo.
E, de l� para c�, as vers�es falsas e as falsas alega��es s� cresceram, na medida mesma em que novas falcatruas foram sendo reveladas, desde as propinas na Petrobras ao tr�plex e o s�tio que Lula nega, contra todas as evid�ncias, serem dele. Como diz um samba recente composto aqui no Rio, Lula n�o possui nada, nem mesmo o rel�gio que tem no pulso lhe pertence. Tudo o que usa, algum amigo lhe emprestou.
J� eu nunca dei a mesma sorte, nunca encontrei ningu�m que me emprestasse o apartamento para eu morar ou um s�tio maior que v�rios campos de futebol, para meu lazer Dilma Rousseff, que tem fama de honesta, tampouco fala a verdade, afirma Gui�. Prova disso � a vers�o que passou � imprensa, de que nada tinha a ver com a compra da refinaria de Pasadena, adquirida por um pre�o v�rias vezes maior que seu valor real.
Ela, como presidente do Conselho de Administra��o da Petrobras, diz que aprovou a compra porque lhe forneceram falsas informa��es. Cerver�, que efetivou a compra, afirma que ela sabia de tudo.
E o documento falso que ela enviou a Lula para que ele se safasse de uma poss�vel a��o policial? J� imaginou a mais alta autoridade da Rep�blica forjar um documento para enganar a pr�pria pol�cia do pa�s? E a� –diz ele–, cabe a pergunta: se a chefe do governo falsifica documento, o que a impede de descumprir as normas estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal? Foi o que ela fez –afirma Gui�–, e, por essa raz�o, praticou um crime que a Constitui��o pune com a expuls�o. O impeachment, portanto, n�o � golpe mas puni��o prevista em lei.
E meu amigo conclui: como, por�m, o PT n�o tem compromisso com a verdade, alardeia que a democracia est� amea�ada e que depende dele sua preserva��o. Parece piada, uma vez que, recentemente, a dire��o desse partido divulgou um documento lamentando n�o ter conseguido instaurar no pa�s um regime autorit�rio permanente.
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