A divulgação, nos Estados Unidos, de decisões sigilosas do ministro Alexandre de Moraes mandando retirar mensagens das redes sociais, criou uma situação embaraçosa para a Justiça brasileira.
Algumas ordens seguiam um texto padronizado e diziam:
"Tendo em conta a natureza confidencial destes processos, devem ser tomadas as medidas necessárias para mantê-los (em sigilo). Sem mais delongas, aproveito a oportunidade para renovar minhas expressões de elevada estima e consideração".
Faltam estima e consideração quando não se diz porque uma mensagem deve ser cancelada.
O gabinete do ministro informou que as decisões são fundamentadas. Se há fundamentação, nada impedia que, junto com a proibição, seu link fosse apensado ao ofício.
Durante a ditadura, os censores eram explícitos. Em 1972, por exemplo, eles determinaram:
"Nenhuma referência, contra ou a favor de Dom Helder Câmara".
O sonho das contas
Desde a semana passada, quem duvidar das previsões do Ministério da Fazenda para o equilíbrio das contas públicas n��o pode mais ser acusado de bolsonarismo, vendido ao mercado ou desmancha-prazeres.
Quem duvida dessas metas é o Fundo Monetário Internacional.
Em geral, o FMI acredita em lorotas, desde que não se exagere.
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