O cabo Dominguetti operou a compra de vacinas vindo do andar de baixo.
Pelo andar de cima conhecem-se duas operações. Uma veio da autodeclarada Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas. Ela trabalhava com a Covaxin indiana, representada por Francisco Maximiano, o Max.
No braço da Oxford/AstraZeneca, que reiteraria nada ter a ver com a proposta, notáveis operadores tentaram, sem sucesso, formar um consórcio de empresas que trariam ao Brasil 33 milhões de vacinas. Como no caso dos 400 milhões de Dominguetti, ofereciam uma produção que a empresa não seria capaz de produzir.
Essa operação teve a simpatia de Fabio Wajngarten, então secretário de Comunicação do governo, do diretor jurídico do grupo Gerdau e do doutor Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo. Skaf desmentiu que tivesse perfilhado a proposta e ela sumiu na orfandade.
A dose da AstraZeneca do cabo custaria US$ 3,50 (sem contar o dólar do pixuleco). A do andar de cima sairia por US$ 23,79. Ainda não se conhece a identidade do operador dessa proposta.
COSTURANDO POR DENTRO
Enquanto toda sorte de espertalhões tentavam atravessar contratos de vacinas e os "çábios" do governo obstruíam negociações com a Pfizer, foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, quem desemperrou as conversas.
Não disse uma palavra antes, durante, nem depois.
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