Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles "A Ditadura Encurralada".

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TCU pede ao governo informações sobre compra de 1,3 milhão de computadores por R$ 3 bi

Numa só escola de Minas Gerais, cada estudante receberia 117 laptops

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O subprocurador-geral do Tribunal de Contas da União, Lucas Rocha Furtado, oficiou à Controladoria-Geral da União para que lhe remeta as informações disponíveis sobre a escalafobética licitação para a compra de 1,3 milhão de computadores e notebooks destinadas à rede pública de ensino. Fez muito bem, pois era um negócio bichado de R$ 3 bilhões e, numa só escola de Minas Gerais, cada estudante receberia 117 laptops.

O prédio do Tribunal de Contas da União em Brasília - Leopoldo Silva/Agência Senado

A CGU viu o jabuti, acionou o alarme e o pregão foi anulado. Como ninguém mais se mexeu, ficou a pergunta: quem botou o bicho na árvore? É o que Rocha Furtado quer saber.

Boas notícias

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acaba de anunciar que a safra de grãos deverá chegar a 251,9 milhões de toneladas, com um aumento de 4,1%. A soja poderá bater seu recorde, com 124,2 milhões de toneladas (crescimento de 8%).

Avacalhada pelos agrotrogloditas, a lavoura brasileira tornou-se uma história de êxito, poluída por ignorâncias e picaretagens.

A segunda boa notícia é que saiu a edição brasileira do livro “Alimentando o Mundo — O Surgimento da Moderna Economia Agrícola do Brasil”, dos professores Herbert Klein e Francisco Vidal Luna. É coisa de craques e mostra o vigor e a competência do agronegócio. Por exemplo: em 1999 o Brasil tinha 6.000 estudantes de agronomia. Em 2007, eles eram 48 mil. Entre 1998 e 2017, foram produzidas 8.000 dissertações de mestrado e 3.000 teses de doutorado.

Klein e Luna mostram como a agricultura se modernizou depois da abertura da economia, tornando-se internacionalmente competitiva. Já a indústria, contaminada pelas boas relações, se protegeu e atolou.

Boa briga

A Agência Nacional de Transportes Terrestres sugeriu ao governo que declare a caducidade de uma malha da concessão da ferrovia Transnordestina. É mais um capítulo da briga de sombras que envolve a companhia FTL, controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional, do empresário Benjamin Steinbruch.

A malha, que passa pelo Piauí, Ceará e Pernambuco, teria 1.753 quilômetros. A obra atravessou os governo Lula, Dilma e Temer, mas está parada desde 2017. Disseram que custaria R$ 4,5 bilhões e hoje está orçada em R$ 7,5 bilhões.

Leia mais textos da coluna de Elio Gaspari deste domingo (15):

A realidade paralela de Bolsonaro

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